Quer saber o que vai ser moda no universo masculino no próximo verão? Já é possível! Isso mesmo, em fevereiro os profissionais dessa indústria já estão discutindo o conteúdo daquilo que entra nas lojas a partir de agosto de 2016.
Na realidade essas discussões e alinhamentos sobre tendências começam bem antes. No modelo atual da moda já é possível antever cores em 5 anos, tecidos em 3 e comportamentos de consumo em 2 anos. São prazos longos, mas necessários para a indústria da moda se preparar para um consumo cada vez mais democrático e globalizado.
Aconteceu ontem, 24, em São Paulo um dos eventos mais importantes do país na confirmação de tendências, o Senac Moda Informação, que chega à sua 47ª edição apontando as novidades do Verão 2017. Apesar do evento ser exclusivo para varejistas e profissionais do setor confeccionista, eu estive lá e vou antecipar algumas das principais novidades que esse pessoal está preparando.
Tecnicamente falando, as tendências são organizadas por grupos de gostos, ou seja, a população é agrupada em 3 ou 5 grupos afins e estudada nos seus desejos, anseios e gostos, assim, o universo das tendências é sempre povoado de muitas informações, o que pode gerar confusão para leigos.
Na prática, nem tudo que será moda vai te interessar enquanto consumidor, já que estamos falando de produtos diferentes para públicos diferentes. Por isso, identifique e concentre-se naquilo que atende o seu gosto pessoal e não use qualquer produto da moda, assim você perde em personalidade, identidade e cria um guarda-roupas confuso.
Para o verão 2017 serão trabalhos três grupos de tendências: Golden Sunset, para um público mais tropical e de visual alegre, o Street Connection, para um público mais urbano e o Manhattan, que foca no público mais moderno.
Golden Sunsent - as peças terão referências da América Central, principalmente Cuba, de aspecto artesanal e valorizando os tecidos naturais, como algodão. O estilo náutico marca presença com suas clássicas listras brancas e azuis. As camisetas virão com estampas de coqueiros, folhagens e flores, chegando até o estilo surf havaiano. As calças continuam justas, com destaque para a cáqui, inclusive com o retorno da cargo, mas agora slim. Para os mais ousados, o estilo étnico volta cheio de batas e referências a cultura peruana (tapeçaria Pachamama).
Street Connection - refere-se a um grupo de espírito mais jovem, por isso as camisetas terão estampas super bem-humoradas, a flora do grupo anterior vira estampa de caules aqui e as listras coloridas serão a grande aposta da estação. A onda de micro desenhos perdura, mas agora monocromáticos, especialmente no azul. As estampas tie dye e ombré vão dividir espaço com os camuflados descontruídos, principalmente nas calças. O preto e branco é característico desse grupo, especialmente com camisetas com barrados (lisos ou não) e as camisetas longline devem ganhar mais força.
Manhattan - é o menor dos grupos e o mais contemporâneo. As estampas são inspiradas no grafismo digital, a transparência divide espaço com a assimetria. Peças que tenham funcionalidade, como bolsos, partes que soltam ou dupla-face começam a ganhar o público. E o jeans misturado com moletom (mais leve e resistente) vai ganhar uma imagem superesportiva nas calças capri. As discussões e propostas de uma moda genderless (sem gênero) ganham mais relevância.