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Direto da capital francesa

O hábito de ler em Paris

Por Giovanna Saba
Atualização:
Em Paris existem muitas livrarias. Essa da foto fica na Place Painlevé em frente à Universidade Sorbonne. Lá é possível encontrar mesmo livros autografados por autores renomados como Jorge Amado. Foto de Loïck Lemesle Foto: Estadão

Já a primeira vez que estive na capital francesa, não demorou muito para perceber a forte presença da leitura na vida do parisiense. Enquanto os paulistanos preferem abrir um livro tranquilamente em casa, embaixo das cobertas antes de dormir, o parisiense, em geral, não limita o seu espaço e tempo para a prática da leitura.

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Aqui em Paris, é comum ver pessoas lendo no metrô, no trem, no ônibus, no café e, principalmente, nos parques. Entretanto, em São Paulo, não é muito comum encontrar alguém lendo nos transportes públicos. Mas por que isso acontece? Por que nós, paulistanos, preferimos ler em casa?

Não duvido que muitos brasileiros sejam leitores ávidos assim como os franceses, mas acredito que o espaço público na França favoreça o ato de ler um livro ao ar livre. Acredito que a segurança tenha uma forte influência nessa escolha, uma vez que em São Paulo a necessidade de prestar atenção em tudo ao nosso redor desfavorece uma boa leitura. Em Paris, qualquer um pode abrir seu livro e sentar tranquilamente no banco de uma praça.

O hábito da leitura entre os parisienses, muitas vezes, sobrepõe-se ao uso frequente das redes sociais, do celular e da internet em geral. Dos parisienses que conheço aqui, poucos são extremamente ligados às redes sociais. Não percebo, da parte dos moradores da capital francesa, uma necessidade de estar sempre online.

A leitura sempre fez parte da minha vida e é com prazer que percebo que a literatura brasileira cada vez mais se torna conhecida no exterior, tanto que o Sallon du Livre - uma espécie de Bienal do Livro francesa - teve como destaque em sua na edição de 2015 títulos, autores e editoras brasileiras. Tive a oportunidade de ir ao local e fiquei admirada com a multidão de franceses que estava lá para conhecer e adquirir obras do nosso país. É incrível ver como a nossa literatura tem sido reconhecida no exterior, dá aquela sensação de orgulho inexplicável.

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Mas voltando à intimidade dos nossos quartos, eu pergunto a vocês, leitores: vocês leem fora de casa? Se sim ou se não, me digam o porquê. E mais: me contem o que vocês estão lendo. Eu, no momento, leio a "A Dama das Camélias", do Dumas Filho.

À la semaine prochaine !

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