Sempre novo

    Ana Paula Garrido - O Estado de S.Paulo   Ao contrário de seu vizinho, que descartou todos os tacos de madeira para colocar um laminado de madeira no lugar, o arquiteto Vinicius Mazzoni, da FMB Arquitetos, se orgulha do trabalho de recuperação do piso do seu apartamento, na Vila Romana. ?Os tacos eram originais do prédio, só que nunca haviam sido restaurados.? Por isso, a impressão inicial não era das melhores: os tacos estavam escuros, por causa da cera, e algumas peças, soltas. Mas a madeira estava em boa condição, o que, na maioria das vezes, requer um trabalho de recuperação superficial, realizado por carpinteiro. Em caso de reforma, Mazzoni aconselha deixar tal instalação, que dura em média uma semana e meia, para o final. ?Mexer no piso é a última coisa que deve ser feita, antes da segunda demão de pintura, para não estragá-lo.? Na casa do arquiteto, o trabalho foi mais demorado, porque, depois de derrubar as paredes de um quarto para ampliar a sala, foi preciso preencher o vão no piso. ?Usei os tacos que estavam onde hoje é um armário do closet?, conta Mazzoni, satisfeito com o resultado, até porque é difícil encontrar modelos do mesmo tamanho. Nesses casos, pode-se recorrer às demolidoras ou ver se o carpinteiro consegue refazer a peça, sugere o professor do curso de arquitetura do Centro Universitário Belas Artes Denivaldo Pereira Leite. Para instalá-los pela primeira vez ou reformá-los, o processo é o mesmo. Primeiro, colam-se os tacos com cola tipo PU ? antigamente era com piche e prego. Se for apenas os que soltaram, não se espante se eles ficarem mais altos que os demais. Depois será feita a raspagem com lixadeira. Nessa etapa, prepare-se para a poeira que vai tomar conta do ambiente, antecipa Mazzoni. A boa notícia, segundo ele, é que hoje há lixadeiras que aspiram parte do pó e já o armazena para ser usado na calafetação, a próxima etapa, em que se aplica uma mistura, feita com esse pó, sobre o piso para ajudar a fixar os tacos, formando uma espécie de bloco único. Por último, passa-se um verniz ? o mais usado hoje é o bona ? para proteger o taco de riscos, O produto é aplicado com espátula por três dias seguidos e, depois da terceira demão, é preciso esperar dois dias para entrar no imóvel. Como o piso fica de 0,5 a 1 cm afastado da parede, é necessário colocar rodapé. Há opções de madeira, que exigem um lixamento antes da instalação, e de plástico, que, segundo Mazzoni, são mais fáceis de colocar e têm bom resultado, ?principalmente se a parede for branca?. Depois da obra. O taco requer cuidados com a umidade. ?Além de manchar, ela vai dilatando o produto e um taco vai forçando no outro, fazendo com que eles empenem e se soltem?, explica o gerente comercial de exportação da IndusParquet, Marcos Ducatti. Por isso, é preciso se certificar que o contrapiso está impermeabilizado e, no dia a dia, evitar que se acumule água perto de janelas ou do banheiro. ?Uma solução é colocar uma soleira de pedra, alguns centímetros mais alta, entre os ambientes?, sugere Leite. Para quem só quer a aparência da madeira, há hoje no mercado opções de cerâmica que reproduzem bem o material, como a linha Tacco, da Lineart, cujo m² custa R$ 53,85. O valor do taco de madeira instalado, na Indusparquet, varia de R$ 183 a R$ 327 o m².   Cuidados fundamentais com o taco no dia a dia Para manter os tacos em dia, a limpeza requer apenas um pano úmido ? evite passar cera, que escurece o piso com o tempo. Procure não deixá-los muito expostos ao sol, que acaba desbotando a madeira. Fique atento a rastros de cupim em móveis do mesmo material, pois o inseto pode atacar o piso também. Para evitar os riscos à superfície, coloque silicone ou feltro no pé dos móveis. E mantenha seca a área onde estiver algum vaso, para a água não manchar a madeira.