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Arquitetura, decoração e design

Um salão de dieta

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Marcelo Lima - O Estado de S.Paulo

Passados dois dias da abertura do Salão do Móvel - o centro nervoso de Milão, durante esta semana de design, com esperados 300 mil visitantes - já é possível delinear as linhas mestras da edição 2012 do mais aguardado acontecimento do design e decoração do mundo. De início, uma constatação: a crise parece mesmo ter batido forte nas projeções dos fabricantes. E também na imaginação dos designers. Não que budget menor signifique, necessariamente, momentos de menor intensidade criativa. Por certo, bons momentos existiram e marcaram presença, em maior ou menor grau, em quase todos os principais editores. Mais do que uma propalada crise de criatividade, correto seria falar de uma redundância de vocabulário. Em um excesso de lugares comuns. Assim, móveis que claramente economizam em seus formatos e materiais (mas quase nunca na qualidade) parecem estar na ordem do dia. Por onde quer que se olhe, estruturas lineares, repletas de vazios e que se excedem no compacto (o grande hit, aliás, das cozinhas da mostra Eurocucina) acabam por tomar a cena.     Sinal dos tempo, projetar o novo (especialmente em grande escala e para o grande mercado) nunca pareceu ser tão difícil. Daí a avalanche de pequenas variações, reedições, releituras. Mas que ninguém pense, porém, que a capital internacional do design não é mais aquela. Ela pede apenas que seja observada com mais atenção, e por que não, com uma leveza quase juvenil. Tal qual a exercitada no Salão Satélite - o espaço para jovens designers de todo o mundo mostrarem suas criações -, onde uma delicadeza perdida acaba sempre por se fazer notar.

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