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Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|Disciplinando a mente para mudar a alimentação

Não permita que pensamentos invasivos determinem suas ações

Foto do author Luciana  Kotaka
Atualização:
 Foto: Estadão

A proposta é tentadora, assim como as novas dietas que vão surgindo no mercado, mas tenha certeza de que quando se trata de perder peso e se manter saudável a solução mais rápida raramente será sustentável.

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Se fosse somente fechar a boca como muitos acreditam a maioria das pessoas seria magra, porém há outros fatores que influenciam nesse processo, um deles é o emocional, uma verdadeira bomba-relógio quando se trata de controlar a alimentação.

O trabalho da psicologia é muito profundo, a pessoa que busca mudanças em relação à alimentação precisa estar realmente disposta a mudar questões de sua vida. Os aspectos mentais, comportamentos e emoções estão ligados entre si, sendo importante aprender a se conhecer, entender a função da comida em sua vida e assim mudar essa história. Um processo de autoconhecimento, que visa a instrumentalizar o paciente para que mude sua relação com a comida.

Porém, o que acontece é que as pessoas estão cada vez mais imediatistas, querem perder peso milagrosamente e esquecem que o metabolismo reage armazenando gordura e as áreas de prazer e recompensa do cérebro também serão ativadas, gerando mais desejo de comer para se satisfazer.

Dietas severas nunca devem ser indicadas, elas são os maiores disparadores dos transtornos alimentares, como anorexia, bulimia, compulsão alimentar entre outros transtornos. O disparador da mudança pode surgir a partir de situações que envolvam a família, porém na grande maioria das vezes acaba levando o paciente a se isolar e comer mais.

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O que faz com que uma pessoa tome a decisão de emagrecer é quando a dor de se encontrar acima do peso se torna muito incômoda, causando um grande desconforto. Esse processo é muito subjetivo sendo difícil explicar, mas quando se tem um insight é que se acorda para a realidade apresentada.

Sempre é motivador para uma pessoa ter a família e amigos incentivando seus projetos de vida, com a perda de peso também é assim. Essa pessoa que está acima do peso, e já fez muitas dietas, já está desacreditada acostumada a ouvir que é preguiçosa, que não tem força de vontade, porém, sabemos que a obesidade é uma doença multifatorial e de difícil controle, sendo necessário todo apoio e motivações possíveis para que não se entregue à doença.

É bem importante que se mude os hábitos alimentares de todos na família, não porque o outro não possa comer, mas porque alimentação saudável significa bem-estar e menos doenças, trazendo qualidade de vida para todos. Mas cuidado, sempre tem os sabotadores, que ficam incentivando a pessoa a comer algo que está tentando evitar, não faltam casos em que famílias e amigos se sentem incomodados pela mudança do outro.

Após uma perda de peso significativa tendemos a relaxar aos poucos e quando nos damos conta engordamos muito novamente. Por isso a mudança deve ser definitiva, isso irá depender muito de organização, disciplina e comprometimento. Entender que precisa cuidar não do peso em si, mas da saúde.

Retomar hábitos antigos é muito fácil, por isso é necessário a psicoterapia com foco na obesidade, para que se identifique os gatilhos emocionais que levam a pessoa a exagerar na alimentação, rever crenças, trabalhar questões de família, hábitos aprendidos na infância, entre várias outras roupagens que o comer significa para uma pessoa.

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Não esqueçam de que os pensamentos podem ser seus maiores inimigos, podemos dar a eles uma força que na verdade não tem, permitindo que nos controlem e determinem nossos comportamentos.

 

Opinião por Luciana Kotaka
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