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"Moda é cultura. Criar políticas públicas para incentivar o setor é de total interesse", diz secretário de cultura Juca Ferreira

Por Flavia Guerra
Atualização:

Na primeira fila do desfile de Alexandre Herchcovitch, o secretário da cultura afirmou que quer aproximar a moda das demais aréas artísticas

 "Para mim este assunto não é um problema, mas sim o desenvolvimento de uma qualidade,

 além de trazê-la para perto do universo da cultura", declarou Ferreira

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Flavia Guerra Na fila A do desfile feminino de Alexandre Herchcovitch na cúpula do Teatro Municipal, uma presença discreta, porém importante. Juca Ferreira, secretário municipal de cultura, fez questão de assistir à apresentação da coleção do estilista, que trouxe uma linha inspirada na underwear feminina do século 18 e trouxe um trabalho minucioso de rendas e bordados. "Gostei bastante do desfile. Desde que a época em que era ministro, sempre tenho dado força à moda", declarou o secretário ao Estado.

Quando questionado sobre a polêmica recente, em torno da discussão se moda é cultura ou não, que foi desencadeada pela aprovação dos projetos de Herchcovitch, Pedro Lourenço e Ronaldo Fraga para captação de verba por meio da Lei Rouanet, Ferreira afirmou que está é questão encerrada. "Esta polêmica é atrasada. Moda é cultura. É uma questão que está consolidada deste a década de 1960. Moda faz parte da cultura brasileira e da arte, independentemente de seu caráter comercial. Uma parte da arte também se realiza na esfera comercial,seja o cinema, as artes gráficas, as artes visuais... Para mim este assunto não é um problema, mas sim o desenvolvimento de uma qualidade, além de trazê-la para perto do universo da cultura", declarou Ferreira. "Esta polêmica surgiu muito por questões corporativas. Por ciúme do uso dos recursos. Acho que se devia ter ciúme do recurso mal usado. A Lei Rouanet às vezes é muito mal usada, para importar projetos que não agregam nada à cultura brasileira, por exemplo, para patrocinar eventos que já têm condições de se realizar plenamente em uma esfera comercial e que não precisam de verba pública. A economia da cultura como um todo, a simbólica, criativa, que tem na moda uma de suas referências, tem uma importância simbólica, cultural e econômica e acho que São Paulo pode construir políticas que venham fortalecer a moda", completou o secretário, que chamou a atenção dos fashionistas por usar um brinco na orelha direita. "Moderno este secretário", brincou um blogueiro fashion. Sobre um plano diretor municipal para a moda, o secretário afirmou que há interesse de construir políticas que incentivem o setor. "Há total interesse. Já havia incorporado a moda, o design, o artesanato quando estava no Ministério da Cultura. Algumas áreas artísticas, como o cinema, o teatro e até a ópera tem intimidade com a moda. Para que ela seja incorporada como parte importante da tradição simbólica contemporânea, é preciso é a continuidade", comentou. "Para isso, a união do teatro com o mundo fashion é uma das maneiras de construir esta proximidade. O teatro é um super equipamento. Ao trazer o desfile para cá, damos vida ao teatro, que passou por uma reforma, dando valor às óperas, aos corpos estáveis. Deixou de ser um espaço de aluguel de palco,  para ser um equipamento baseado em sua própria estrutura. Queremos trazer eventos que têm um significado e que agreguem valor ao teatro. Inquestionavelmente o desfile de hoje faz isso", continuou o secretário, que assistiu ao desfile ao lado do diretor do Teatro Municipal, José Luis Herencia. Ainda segundo Ferreira, a Secretaria Municipal de Cultura estabelece este diálogo com a moda também como parte dos planos de valorização do Centro de São Paulo, trazendo a parte visível da moda, de desfiles e eventos para a região. " Não só para o Municipal, mas também para a Praça das Artes. Estamos ainda recuperando alguns cinemas do Centro, que pela grandeza vão ter condições de abrigar eventos importantes."

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