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Que figurino vale uma estatueta?

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Por Dado Carvalho
Atualização:

Quais filmes têm mais chances de ganhar um Oscar de figurino? É muito provável que você diga "filmes da realeza". A onipresença dos vestidões e trajes da monarquia parecem os candidatos certos para levar a estatueta. E talvez seu raciocínio não esteja errado. Nos três últimos anos, por exemplo, filmes que mostravam o vestuário dos nobres foram os premiados: Maria Antonieta (2006), Elizabeth: A Era de Ouro (2007) e A Duquesa (2008). Isso quer dizer que, em 2010, o sucessor natural seria The Young Victoria (veja os indicados)? Não necessariamente. Há outros critérios que definem um vencedor. "Geralmente, o filme de época é onde você consegue mostrar o tamanho da pesquisa e do trabalho em cima do figurino", diz Verônica Julian, figurinista que trabalhou em produções como Castelo Rá-Tim-Bum (1999), Nina (2004) e na inédita de Tonico Mello, Vips. Mas, analisando o histórico das últimas premiações do Oscar, vemos que este trabalho de pesquisa e criação pode ser bem representado em outros estilos. Foram premiados dois épicos: Gladiador (2000) e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003); dois musicais: Moulin Rouge (2001) e Chicago (2002); e dois filmes ambientados em meados do século 20: O Aviador (2004) e Memórias de Uma Gueixa (2006). Mas a avaliação não é feita só em cima do trabalho do figurinista. Há também o da direção de arte, que precisa ir além da mera caracterização de época. No filme Maria Antonieta, por exemplo, em uma cena que mostra os inúmeros sapatos colecionados pela rainha, aparece um nada medieval par de All Star. "Apesar de fazer um figurino de época perfeito, a produção consegue colocar um toque pessoal no filme", avalia Verônica. Isso não significa que filmes que se passam no tempo presente não tenham um bom trabalho de figurino. Verônica cita o simpático Pequena Miss Sunshine (2008). "É um figurino simples, mas primoroso", conta. "Não concorreu , mas tem uma grande personalidade." Para a figurinista, é esta última palavra que deve definir o vencedor deste ano. Ela aposta em O mundo imaginário do Doutor Parnassus. "Ele tem uma linguagem surrealista que é incrível. Há uma personalidade no filme", diz. O que não quer dizer figurino espalhafatoso. "A roupa não pode se sobrepor nem ao ator nem à obra", avalia. "Se isso ocorrer, o figurino não está bom."

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