O designer brasileiro Gustavo Lins estudou para ser um arquiteto no Brasil e, apesar de ter trocado os materiais de construção por linhas e tecidos, continua criando roupas que exprimam o espírito da arquitetura. E, como profissional da alta-costura, ele aprendeu o preciosismo do corte e da modelagem com os melhores estilistas: trabalhou com John Galliano, Jean-Paul Gaultier e designers da Balenciaga para fazer hoje o que o levou à Semana de Alta-Costura de Paris, depois de ganhar a carteirinha que dá acesso ao exclusivo time do Sindicato de Costureiros de Paris. E se tornar nosso segundo representante brasileiro por lá após Ocimar Versolato.
Gustavo Lins, então, apresentou sua coleção em tons escuros e clássicos com as modelos paradas dentro de uma espécie de quarto em vez de desfilarem na passarela. O fundo branco formava sombras atrás das roupas que, embora finíssimas, formassem trajes despojados. Os cortes retos e simples contrastavam com os tecidos aprimorados e detalhes que poderiam até passar despercebidos a olhares mais desatentos. Calças de alfaiataria estilo saruel e casacos de pelo combinavam com maxiestampas geométricas que lembravam jatos de tinta. É a moda brasileira claramente afrancesada por Gustavo Lins em todo esse tempo pela Europa.
Será que faria sucesso por aqui?
