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Novidades e reflexões sobre psicologia, psicanálise e neurociência

Sim, dinheiro ajuda a ser feliz!

Muita gente jura que se fosse mais bonito, saudável ou especialmente inteligente viveria bem mais satisfeito. Será? Ao que tudo indica, esses recursos não fazem tanta diferença quanto costumamos imaginar. O que conta mesmo é a forma como nos relacionamos conosco e com os outros. Já o dinheiro ? embora não baste ? costuma aumentar a sensação geral de bem-estar

Por glaufleal
Atualização:

Dinheiro pode comprar felicidade. Mas talvez não da forma como muita gente imagina. O psicólogo Ed Diener constatou que recursos materiais não melhoram o humor de forma direta ou significativa - mas pode aumentar a sensação de satisfação. Usando uma amostra da Pesquisa Mundial Gallup, o pesquisador coordenou uma equipe de cientistas que solicitaram a 136 mil voluntários de 132 países que classificassem sua vida numa escala de 0 a 10 e respondessem a perguntas, revelando se tinham vivenciado uma série de emoções positivas e negativas no dia anterior.

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Além do rendimento anual familiar, a equipe avaliou os artigos de luxo que os participantes possuíam. Também foram medidos fatores sociais e psicológicos, partindo de indagações como: Você foi tratado com respeito ontem? Você tem amigos ou parentes com quem pode contar numa emergência? Você aprendeu alguma coisa nova hoje? Você está apto a fazer o que faz melhor? Você pode escolher como passar seu tempo? Os cientistas constataram que ter as necessidades psicológicas atendidas produzia mais sentimentos agradáveis no dia avaliado. Ou seja: artigos caros podem deixá-lo mais satisfeito de forma imediata, mas não tornam a vida mais feliz. A empolgação de comprar um carro esportivo novo ou uma TV de plasma de 52 polegadas desaparece rapidamente, mesmo que você se orgulhe de ter um desses itens. A ciência comprova, assim, o que muita gente já desconfiava (ou tinha certeza): ter dinheiro não basta, mas ajuda. Agora, quando se fala de felicidade de forma mais ampla, convém fazer considerações 

e derrubar alguns mitos. Afinal, quais são os atributos de uma pessoa feliz? Inteligência, juventude, beleza, saúde? Embora a maioria acredite que isso tudo as faria mais satisfeitas, alguns estudos têm mostrado algo diferente. Boa educação, informação e capacidade cognitiva privilegiada, por exemplo, não são garantias de que alguém será capaz de fazer boas escolhas para si mesmo. Ser jovem também não ajuda muito, embora tanta gente invista grande tempo e dinheiro para mitigar os efeitos visíveis dos anos vividos.Na verdade, pesquisas indicam que idosos valorizam mais as experiências do presente, tendendo assim a ser mais felizes que os jovens. Depois da juventude, o nível de satisfação (da maioria, pelo menos) tende a subir! Beleza? Embora seja uma característica extremamente valorizada e os mais atraentes muitas vezes consigam pequenas vantagens como elogios ou atenção, ser belo também não é suficiente para sustentar a admiração de alguém ou manter relações duradouras. Saúde? Esse aspecto é certamente muito importante para a qualidade de vida, porém, não está necessariamente relacionado com felicidade. Muitas pessoas saudáveis não valorizam esse benefício e, por várias razões, tornam-se bastante angustiadas. Dois fatores, porém, têm sido apontados como aqueles que de fato proporcionam felicidade duradoura. Um deles é a capacidade de manter fortes laços afetivos. Pessoas que vivem relacionamentos amorosos estáveis e harmoniosos, por exemplo, costumam ser mais felizes do que as solitárias. Outro fator é conferir significado à própria existência, por meio da crença em algo superior a si mesmo, derivada da espiritualidade ou de uma filosofia pessoal de vida. Em outras palavras, um propósito externo que nos faça sentir que fazemos parte de um "todo" e podemos contribuir para algo importante, maior que nós mesmos e além da existência humana tão limitada.

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