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Retratos e relatos do cotidiano

Quando eu olho para essa sua carinha

Sorte.

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Por Ruth Manus
Atualização:

 

Quando eu olho para essa sua carinha eu esqueço.

Esqueço que tem um mundão lá fora cheio de enrosco.

Que amanhã eu acordo cedo. Que hoje eu chego tarde.

E que vai ter um monte de gente no meu dia,

que eu nem sequer convidei pra minha vida.

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Quando eu olho para essa sua carinha

eu não vejo quantos anos você tem,

nem quantos títulos, nem que cargo você ocupa.

Não vejo suas responsabilidades,

nem erros, nem medos, nem lembro da pressa

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que nos ronda sempre e tanto.

Quando eu olho para essa sua carinha

não vejo um rosto como os outros.

Na verdade não vejo um rosto.

Nem uma face, nem tez, nem cútis.

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Vejo a sua carinha, que nem é tão pequena

mas que é sua, e que basta tão bem pra mim.

Por alguns instantes pareço me desligar de tudo.

Das contas a pagar, das incertezas do tempo,

de tanta coisa errada e pendente.

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Das nossas incompatibilidades persistentes,

de dúvidas, de nuvens, de prazos,

Quando olho para essa sua carinha

não vejo o tamanho do seu nariz

nem a sobrancelha bagunçada

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nem pintas, nem manchas, nem falhas

não vejo ruguinhas no canto do olho

nem outras marcas do tempo.

Quando eu olho para sua carinha

eu percebo que o amor está sempre aqui,

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sem que a gente precise chamá-lo.

Sem nem mesmo lembrarmos dele.

Ele simplesmente está.

E quando olho para essa sua carinha percebo

Que essa história de amar alguém

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faz um bem danado pra vista.

E pra vida.

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