PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Reflexões sobre histórias e clichês femininos

Você sabe o que te faz feliz?

"Você sabe o que te faz feliz?", era o que perguntava o lambe-lambe grudado em um poste nesta selva de pedra que é São Paulo, em plena primavera. Que perguntinha mais chinfrim, não é? Claro que todos nós sabemos o que nos faz feliz. Só para elencar alguns dos itens da minha lista: jantar com as amigas, meu namorado, a família reunida no sábado, viagens, sorvete de menta com chocolate, filmes bobos, livros bons. Entretanto, não deveríamos desconfiar dessa mania de "hashtag ostentação"?  Essa coisa de #lovemyjob e todas as #soumuitofeliz, #amooqueeufaço #lovemylife. É evidente que muita gente posta fotos e coloca essas legendas porque se trata de algo realmente genuíno. Mas, algumas vezes, esses slogans podem causar certa ansiedade nos outros.

Por Marilia Neustein
Atualização:

Nada mais natural do que querer dividir com as pessoas os momentos em que você está plena e contente. Mas claro que ninguém é 100% feliz o tempo todo. Como em tudo, há dias bons e dias ruins. Mesmo que você #loveyourjob, existem brigas com o chefe, rivalidades de equipe, problemas com a nota fiscal, uma encomenda atrasa, o telefone celular que para de funcionar bem na hora que você mais precisa. Essa coisa de um trabalho quase que "idílico" é muito rara. Além do que, a vida muda, não é? Os interesses também. Você pode ter uma crise com seu emprego aos 40. Querer e ter coragem de sair. Ou não. Preferir ficar, porque tem outras prioridades. Ora, as pessoas tomam decisões difíceis o tempo todo: mudar de casa, se divorciar, engravidar, mudar o filho de escola, parar de trabalhar, virar vegetariano, vender o carro para pagar as contas, sei lá.

PUBLICIDADE

Saber o que nos faz feliz não é difícil. O mais complicado é saber conviver com momentos "normais", em que a felicidade não é plena. Como aqueles sábados meio "tediosos", nos quais você liga para trezentas amigas e nenhuma delas corresponde ao seu desejo de ter um mega fim de semana animado. Ou viagens cheias de expectativas que acabam se revelando meio mornas, porque a turma que foi junto não teve uma boa sinergia. Ou, ainda,trabalhos nos quais você se dedica muito - porque #loveyourjob - e que não são reconhecidos da maneira como você gostaria. Sabemos que a vida real não é cinema. Ainda bem. Senão, não sobraria espaço para o sonho. E é bom poder aproveitar os momentos (verdadeiramente) incríveis; se emocionar em alguns casamentos (não em todos); curtir algumas viagens (não todas); desfrutar de um bom jantar (e não qualquer um). Só assim sempre restará um fiozinho de fantasia e algum espaço para pensar "eu sei o que me faz feliz?". #lovetodream, #ordinarylife.

 Me acompanhe no Twitter@maneustein

No Facebookhttps://www.facebook.com/blogsemretoques

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.