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Chegada do inverno traz alerta: a deficiência de vitamina D

"O consumo de dois filés de peixes gordurosos de água fria como bacalhau, salmão e atum por dia supriria boa parte destas necessidades"

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Por Julia Affonso
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Chega do inverno traz alerta: a deficiência de vitamina D Foto: Guto Kuerten/Agência RBS

O inverno chegou ao Brasil no sábado, 21, e com ele uma preocupação. Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) indica que 77,4% das pessoas no Estado de São Paulo têm deficiência de vitamina D após o fim da estação mais fria do ano.

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A insuficiência é ainda maior nos estados do Sul do Brasil do que nas regiões Norte e Nordeste, uma vez que a vitamina é produzida na pele em função da exposição solar. Cerca de 20 minutos diários de sol, no rosto, mãos ou braços, sem uso de protetor solar são suficientes para a aquisição desse mineral.

"No inverno, a quantidade de raios UVB que incidem sobre a Terra é menor e a síntese de vitamina D fica comprometida. Com o frio, as roupas ficam mais fechadas e a pele menos exposta ao sol. Por causa dos fatores climáticos, o nível de vitamina D presente no nosso organismo cai consideravelmente", explica a médica Marise Lazaretti Castro, chefe do setor de Doenças Metabólicas da Unifesp e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Durante infância e adolescência, quando a demanda de cálcio e fósforo é muito grande, pois os ossos estão em constante crescimento, a deficiência de vitamina D pode levar ao raquitismo. A médica explica ainda que, nos adultos, a insuficiência produz um aumento do hormônio das paratiróides, que promove a desmineralização do esqueleto, aumentando o risco de fraturas. "Estas consequências são ainda mais graves nos idosos, quando a osteoporose já é muito mais frequente", explica Marise.

Por meio de um exame de sangue, é possível verificar o nível de vitamina D em cada um. As necessidades diárias ficam entre 400 e 2.000 UI (Unidades Internacionais), para a maioria da população. Para diminuir a deficiência deste mineral, existem algumas alternativas. O bronzeamento artificial é uma delas. Ele irradia a UVB e também estimula a produção da vitamina D. 

"O consumo de dois filés de peixes gordurosos de água fria como bacalhau, salmão ou atum por dia supriria boa parte destas necessidades, mas estes alimentos não fazem parte de nosso cardápio diário. No Brasil, estudos apontam que na dieta habitual, as quantidades encontradas de Vitamina D em média são de 80 UI/dia, muito abaixo das necessidades diárias recomendadas", afirma a médica.

É possível ainda, fazer um "estoque" de vitamina D para o ano. Como as maiores concentrações do mineral na população são vistos após o verão, ele pode se depositar no organismo e ser utilizado ao longo dos períodos do ano de menor exposição solar. Caso a insuficiência ainda permaneça, a médica recomenda a suplementação da vitamina D. "A dose recomendada deve ser de acordo com idade", diz Marise.

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