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Dias das Crianças sem sustos

Ao presentearem os filhos, pais necessitam verificar se a aquisição é certificada e obedecer a recomendação de idade

Por Guilherme Mattar
Atualização:

O Dia das Crianças está chegando, e com ele surge a preocupação com a escolha de um presente seguro. O receio é justificado: brinquedos são a quarta maior causa de acidentes de consumo neste ano, conforme o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Somente eletrodomésticos, utensílios domésticos e embalagens os superam no ranking. Para não haver arrependimento após a compra, os pais precisam tomar cuidados e ler as caixas dos produtos com atenção.

Para evitar dores de cabeça, prestar atenção nos rótulos e supervisionar a brincadeira da criançada torna-se fundametal Foto: Fabrice Clerc / Creative Commons

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Certificação é tudo. Na opinião do pediatra e neonatologista Jorge Huberman, do Hospital Albert Einstein, apenas o que tiver selo do Inmetro deve ser levado. “Nos Estados Unidos, houve casos de crianças morrendo por engolirem ímãs. A segurança é fundamental. É um risco muito grande optar por algo não certificado”, acredita.

A aprovação do instituto depende de um conjunto de testes. Os principais são: 

- De impacto - nota o aparecimento de partes cortantes ou pequenas após uma queda;

- De mordida - avalia o surgimento de elementos menores, pontiagudos ou perigosos em caso de arrancada pela boca;

- Químico - observa a existência de substâncias nocivas à saúde.

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Na embalagem, está contida a polêmica recomendação de idade. Vários pais julgam suas crianças maduras e optam por utensílios voltados a faixas mais avançadas, o que é um erro na visão do pediatra do Hospital São Luiz Jabaquara, Rodrigo Felgueira. "A idade não tem nada a ver com a maturidade cerebral, mas com o risco que o brinquedo pode trazer", comenta. 

Intoxição, contaminação da mucosa bucal e até obstrução intestinal são exemplos do que a apropriação abaixo do indicado pode resultar. Isso sem falar na broncoaspiração - quando a pecinha entala na narina dos pequenos. "Em alguns casos, a criança nem sente nada. O objeto passa pela laringe, vai para o pulmão e lá permanece", afirma Felgueira, ressaltando a possibilidade de o corpo estranho passar semanas ou meses desapercebido no sistema respiratório. Quadro este que pode acarretar em pneumonias e bronquites de repetição, graças ao acúmulo de bactérias em volta do pertence.

Supervisionar a brincadeira é fundamental. "No primeiro lugar vem a confiança, a qualidade do produto. Ver se ele oferece algum perigo. Os pais tem que observar a criança", destaca Huberman, que também atua no Instituto Saúde Plena. 

Mesmo assim, acidentes acontecem. Caso ocorra um engasgamento, deve-se ir imediatamente ao hospital. "No caminho, os pais podem tentar uma manobra boca-a-boca, tentando sugar o objeto engolido. Apesar disso, é preciso se encaminhar ao médico e contar o que aconteceu", diz o pediatra e neonatologista. 

Para evitar problemas assim, separar os brinquedos dos mais velhos vira uma boa alternativa aos casais com dois ou mais rebentos. 

"Saber qual brinquedo diverte cada criança ajuda. Há algumas que preferem ler, ou que desmontam as coisas, ou gostam de se exercitar... Os pais necessitam conhecer o perfil de cada uma", pondera o especialista do Hospital Albert Einstein.

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