Enjoo e vômito em excesso durante a gravidez: entenda o que é hiperêmese gravídica

Desconfortos afetam o dia a dia da mulher e podem desencadear perda de peso e desidratação

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Por Marcela Lima
Atualização:
Kate Middleton sofreu de hiperêmese gravídica com o primeiro filho e passa pela mesma situação com o segundo Foto: Reuters

Nos três primeiros meses de gravidez, é comum que a gestante tenha alguns desconfortos associados à produção de beta-HCG (gonadotrofina coriônica), como enjoo e vômito - conhecida como êmese gravídica. No entanto, a atenção tem de ser redobrada quando estes incômodos afetam o dia a dia da mulher, com o aumento da intensidade e da frequência dos sintomas, que podem desencadear desidratação e perda de peso. Chamada de hiperêmese gravídica, a intercorrência deve cessar até a 16ª semana.

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De acordo com Eduardo de Souza, professor de obstetrícia da Universidade Federal de São Paulo, a incidência dos sintomas varia de gestação para gestação. Gestantes que passaram por hiperêmese gravídica na primeira gravidez possivelmente apresentarão o mesmo quadro na segunda. Caso da duquesa Kate Middleton, que sofreu da intercorrência quando grávida de seu primeiro filho e agora, com o segundo, passa pela mesma situação.

Mulheres inseguras, que não planejaram engravidar e que foram pegas de surpresa também tendem a apresentar os sintomas. Nestes casos, além da mudança de hábitos e do acompanhamento do obstetra, é indicado tratamento psicológico para amparar a gestante.

A hiperêmese gravídica geralmente não traz complicações sérias para o bebê, mas deve ser tratada e acompanhada por um médico. Em casos mais graves, a internação é necessária, com o uso medicação intravenosa.

Tratamento. Devido a vômitos constantes, a mulher tem de se hidratar mais e fazer refeições em pequenas porções e em curto intervalo de tempo. “Nós orientamos que a paciente faça uma dieta fracionada para não perder uma grande refeição de uma vez”, diz Souza.

Igor Padovesi, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, alerta sobre os sinais de desidratação. “Urinar poucas vezes ao dia, urina concentrada, mal-estar, tontura e fraqueza são sinais de desidratação, podendo resultar na perda de sódio e potássio”, diz.

O ideal é que alimentação seja rica em proteínas, carboidratos e alimentos com baixo teor de gordura; frutas e líquidos gelados também são muito bem-vindos. Devem ser evitados produtos condimentados, apimentados e ácidos.

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A desidratação pode comprometer o funcionamento dos rins e, em alguns casos, com a alteração do metabolismo, surgem problemas no fígado, conta o professor. Em quadros sem êxito no tratamento, o médico deve investigar se a paciente tem algum transtorno gástrico.

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