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Eternos anfitriões

Em cidadezinha americana, casal faz de seu imóvel de 800m² o lugar perfeito para receber a família

Por Sandy Keenan
Atualização:
The master bedroom of a 9,000-square-foot riverfront house that often serves as a weekend home for the owners' extended family and friends, near Cannon Falls, Minn., May 16, 2014. Kathy Brekken says the eclectic but comfortable furnishings here epitomize the mood she has worked to build into a home that has the feel of an old-world inn. (Jane Beiles/The New York Times) Foto: Jane Beiles/NYT

Com mais de 800 m², a casa térrea que Kathy e Dennis Brekken construíram em um trecho remoto do Rio Cannon, a quilômetros do único semáforo no centro da histórica Cannon Falls, no Estado americano de Minnesota, lembra uma estalagem dos velhos tempos. 

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Há varandas por toda parte: ao ar livre, fechadas com tela, expostas ao sol. Quartos e cozinhas proliferam (há três dessas últimas). Há também 35 estilos de trabalhos de carpintaria e uma passagem secreta. “Sei que parece uma casa excessiva para duas pessoas”, disse Dennis Brekken, de 67 anos. “Pensamos nela como um centro de referência para nossa família”, explicou Kathy, de 65. 

A casa, projetada em 2006 pelo arquiteto Todd Hansen e recentemente reformada, era para ser um ímã para família e amigos – funcionou bem demais. Agora, até parentes que vivem a uma curta distância de carro passam o fim de semana ali em qualquer ocasião. “Nós simplesmente amamos isso”, disse Kathy. 

Ex-diretora presidente da Midwest, em Cannon Falls, empresa de produtos para férias iniciada por seu pai em 1953, ela nunca imaginou que ficaria por ali. Quando jovem, estava decidida a partir e referia-se à cidadezinha no sudeste de Minnesota como “fim de mundo”. 

Brekken cresceu na cidade ainda menor de Kenyon, no mesmo Estado, em uma fazenda que não teve encanamento interno antes de ele chegar à adolescência. Eles se conheceram na cidade quando ela tinha 19 e se casaram quando ela frequentava a Universidade de Minnesota. Os dois acabaram trabalhando na empresa do pai dela, com o irmão mais velho e a irmã mais nova de Kathy. 

“Para um ex-ministro luterano, meu pai gostava mesmo de ganhar dinheiro”,afirmou Kathy.“Para nós, a temporada de Natal durava o ano todo.” Para trazer todos os ornamentos,era preciso fazer viagens frequentes à Europa e à Ásia, que muitas vezes duravam semanas, mas de algum modo eles conseguiram combiná-las com as responsabilidades de criar dois filhos (Alex, hoje com 39, e John, de 36). 

Ao menos até 1984, quando o pai de Kathy se aposentou e a colocou no comado da empresa. Ela estava com 35 anos.Foi aí que Brekken se tornou o pai caseiro.Perguntado sobre o arranjo,bem pouco convencional na época, seu filho John disse que foi mais incomum ter uma mãe diretora de empresa do que um pai que ficava em casa. “Para nós foi tudo normal.” 

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A empresa prosperou sob a direção dela, expandindo-se de US$ 30 milhões por ano em vendas para US$ 100 milhões. Com o tempo, porém, depois que os filhos cresceram, ela começou a preparar uma estratégia de saída, vendendo as últimas propriedades da família e se aposentando aos 54 anos. 

A essa altura, o casal podia ir para qualquer lugar. Sua decisão de ficar surpreendeu até eles mesmos. “É apenas uma cidadezinha de 4.500 habitantes”, disse Brekken.“Nós gostamos dela porque não é um subúrbio de classe média”, completou Kathy.

Eles compraram um terreno de 2,5 hectares na beira do rio por US$ 350 mil e gastaram quase o mesmo pelos serviços de projeto de Hansen. Com tanta obra personalizada, a construção demorou 17 meses e custou US$ 3.900 por m². E agora eles raramente ficam sozinhos. Feriados e fins de semana atraem quatro gerações da família. E muitos amigos, também. “Nunca me canso de ter pessoas por aqui”, disse Kathy.

Tradução de Celso Paciornik

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