Íntima convivência

Designer de joias comenta sua relação com as orquídeas e o que o longo contato acrescentou a seu trabalho

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Por Marcelo Lima
Atualização:
O designer de jóias Antonio Bernardo Foto: divulgação

Em 1997, o designer de joias carioca Antonio Bernardo “adotou” uma estufa que reúne talvez o mais significativo conjunto de orquídeas de todo o Brasil: o orquidário do Jardim Botânico, da cidade do Rio. Desde então, em parceria com a OrquidaRio – uma das maiores associações do gênero na América Latina – ele realiza duas exposições anuais no local, uma em maio e outra em setembro, épocas em que as flores costumam estar no auge. Isso sem deixar nunca de se ocupar, pessoalmente, de sua coleção particular em Itaipava, na região serrana do Rio. “E pensar que uma convivência tão íntima como esta surgiu de forma tão inesperada”, relatou ao Casa.

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Como começou a se interessar por orquídeas? 

Quando uma amiga me deu uma de presente no nascimento de minha primeira filha, há 30 anos. Ao final da floração, não sabia o que fazer com a planta, pois não podia imaginar jogá-la fora. Liguei para ela, que me convenceu a cuidar da orquídea, mesmo morando em apartamento. Ela me preveniu que nos primeiros dois meses não aconteceria literalmente nada, porque as orquídeas hibernam logo depois de florir. Passada essa fase, eu veria as raízes surgindo e a planta começando a se desenvolver. Por fim, após um ano, uma nova floração finalmente surgiria e eu não iria jamais me esquecer daquele momento. Dito e feito.

O orquidário do Jardim Botânico do Rio, mantido por Bernardo Foto: divulgação

Como se relaciona com elas no seu dia a dia?

No Jardim Botânico já realizei mais de 30 exposições, visitadas por cerca de 220 mil pessoas. E sempre, de uma forma ou de outra, me envolvo na organização. Gosto de escolher o tema e acompanhar as montagens. Estou sempre aprendendo algo novo em torno do assunto. Além disso, mantenho uma estufa na minha casa na serra, em Itaipava, e busco sempre ampliar minha coleção de orquídeas, cuidando pessoalmente do cultivo delas, sempre que disponho de tempo.

Sua convivência com o universo das plantas, de forma direta ou indireta, de alguma forma influenciou seu trabalho como designer? 

A dedicação às orquídeas me ensinou a cultivar paciência. Não diria que sou uma pessoa paciente, mas que tenho aspectos pacientes, que aprendi a exercitar ao longo dos anos. Sou capaz de montar uma peça com 800 soldas, o que requer paciência, calma e controle. E sei que devo muito disso ao cultivo das plantas. 

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Flor: escultura em ouro e diamante de Antonio Bernardo Foto: divulgação
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