Lembranças do Rio

Família carioca reforma apartamento em Nova York para favorecer o tempo passado ao ar livre

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Por Elaine Louie
Atualização:
The rooftop garden and terrace at the remodeled condominium of Cristiane Peixoto and Marcus Silberman, New York, June 7, 2014. The three-level terrace was designed by Maureen Hackett in 2005 and updated by Peter Pawlak last year. (Bruce Buck/The New York Times) Foto: Bruce Buck/NYT

 

Cristiane Peixoto, uma designer floral, e seu marido, Marcus Silberman, um banqueiro de investimento, são do Rio de Janeiro e, como ela disse, “a vida no Rio tem tudo a ver com praia e ar livre”. Assim, quando o casal comprou um apartamento em Manhattan, Cristiane escolheu um com tanto espaço fora quanto dentro. “Quando vimos o terraço as lembranças do Rio vieram imediatamente.” Agora, de maio a setembro, o casal e seus dois filhos vivem como viviam no Brasil, passando boa parte do tempo ao ar livre, no terraço de 185 m². 

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Peter Pawlak, o designer que eles contrataram para reformar o apartamento no Upper East Side, que compraram por US$ 4,5 milhões (cerca de R$ 10 milhões) em 2011, fez o que chamou de “intervenção”, em vez de uma renovação radical, no espaço aberto: removeu paredes, mas deixou os pisos e tetos de 3 m de altura intactos – a obra foi concluída no ano passado e custou US$ 400 mil (R$ 882 mil). 

O terraço permaneceu mais ou menos o mesmo. Como a flora tropical nativa do Brasil não sobreviveria ao inverno de Nova York, o casal contratou Maureen Hackett, que desenhou o espaço externo em três níveis em 2005 para um proprietário anterior, para renovar a vegetação existente – os bordos-vermelhos japoneses com suas folhas vermelho-púrpura, a bétula-negra com sua casca clara, o corniso-americano com flores brancas. 

 

No fim de março, Maureen leva para dentro amores-perfeitos, cíclames e tulipas envasados. Em meados de maio, remove as flores envasadas e planta petúnias, cleomes, sálvias e hortênsias. Durante o verão, visita mensalmente o lugar para fertilizar e podar as plantas e verificar a irrigação. À primeira geada, em outubro ou novembro, remove as plantas sazonais. 

O conceito original de Maureen para o terraço está lá. “Queria dar a sensação de três ambientes”, disse. “Desenhei o deck, as floreiras, o gramado, a tenda.” Pawlak acrescentou alguns móveis desenhados por ele e instalou um chuveiro e iluminação adicional. 

Para o interior, solicitou requisitos de cada membro da família. Olívia, de 18 anos, quis um quarto minimal. “Faça ele parecer que eu não tenho nada.” Nicholas, de 15, tinha uma porção de desejos, incluindo “uma cama que fosse um sofá para assistir TV” e um lugar para expor troféus de futebol. Cristiane, de 51 anos, escolheu a paleta de cores geral, com predomínio do branco. Silberman, de 52, foi categórico em ter Wi-Fi e um sistema de som para a área interna e a externa – até no banheiro. 

Todos eles para Pawlak tapar a lareira na sala. O que muitos americanos consideram um luxo, ao que parece, brasileiros consideram inútil. “Não usamos lareiras”, disse Cristiane. Nem mesmo durante o inverno de vórtice polar? Silberman, que vai ao Brasil duas vezes por mês a trabalho, foi inflexível: “Não. Prefiro não ter inverno.” 

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Tradução de Celso Paciornik

 

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