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Lembranças de viagem

Reforma valorizou objetos queridos e deixou apartamento em Higienópolis na medida para receber amigos

Por Natalia Mazzoni
Atualização:
A porta de aço e vidro separa o living da cozinha é do Mestre Guido Ferragens Foto: Zeca Wittner/Estadão

Ao entrar neste apartamento, em Higienópolis, é tentador perguntar de onde veio cada objeto espalhado pelos seus 256 m². A origem de cada um deles rende muita conversa e uma viagem por diferentes lugares do mundo, tudo narrado com detalhes por sua proprietária, a relações públicas Paula Pedroso. O puxador da porta de entrada já chama atenção, é algo que parece ser uma pulseira de cobre. “Isso veio da África, estava em uma feira, em cima de um tecido na rua. É pesado, deu trabalho para soldá-lo à porta, mas ficou tão bonito”, diz Paula. As histórias vão longe, passam por uma pequena cidade da França, onde a moradora encontrou sua coleção de vidros de farmácia antigos, chegam ao Vietnã, de onde veio uma pequena caixa de laca, única coisa que deu para carregar da loja, já que ela estava percorrendo um trecho do país de bicicleta, e não param por aí. “Certa vez, na Turquia, comprei de um senhor um jarro para banho e paguei uma quantia simbólica. Depois, passeando por um mercado, o dono de uma loja viu na minha mão e queria comprar de qualquer jeito, disse que era coisa rara. Eu não vendi, é claro”, conta. Essa relação de carinho com cada objeto que coloca em casa influenciou na decisão de mudar para um apartamento maior no mesmo prédio. Assim seria possível dispor de uma maneira mais interessante todas essas histórias do casal e ter espaço para receber os amigos com conforto. É por isso que grande parte da área do imóvel foi reservada ao living, depois de uma reforma feita em parceria entre os arquitetos Ana Luiza Padilha Addor, do Estúdio Cidade, Alex Uzueli, da Oficina Lab, e Luciana Schwandner Ferreira. “Ter ambientes versáteis também era uma questão importante e a integração entre eles não deveria comprometer a privacidade em alguns dos ambientes. As portas de correr com vidros cumprem essa função”, explica Ana Luiza. 

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Na obra, o dormitório de serviço foi convertido em louçaria, despensa e adega. A parede que separava a sala da cozinha foi demolida e sob a viga estrutural foi instalada uma porta de correr de aço e vidro que permite, quando conveniente, a integração total com o living. “Nas áreas social e íntima foi removido o carpete que cobria o taco de madeira original, restaurado na reforma. O escritório originalmente era onde hoje fica o espaço zen, um canto cheio de almofadas onde a moradora pratica ioga e pilates. Suas paredes foram derrubadas para que o ambiente também fosse integrado à sala”, diz Ana Luiza.  Na área íntima, o dormitório de hóspedes foi diminuído e a porta de entrada do dormitório principal mudou de lugar, estratégia para criar um armário no corredor que acomoda parte dos muitos objetos dos proprietários. “No dormitório principal, optamos por integrar o lavatório ao closet, para dar mais espaço ao banheiro e permitir o uso simultâneo pelo casal”, acrescenta Alex.  Os revestimentos escolhidos conversam com o clima étnico da decoração. Concreto, madeira e ferro são exibidos em estado quase bruto em vigas, pilares e piso. E a grande estante de ferro que serve como divisória de ambientes – e acomoda samambaias e outras plantas – cria um ponto focal no living. “Os revestimentos cerâmicos, simples e brancos, foram usados só nas áreas úmidas e quando estritamente necessário”, diz Luciana.  O fato de os moradores terem um grande acervo de decoração guiou não só o novo layout e a escolha dos acabamentos como também o projeto luminotécnico, feito para destacar os objetos mais queridos. “Pensando que a cada viagem eu trago coisas novas, sei que a casa estará sempre em estado de transformação”, completa Paula, já pensando em seu próximo destino.

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