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No limite da leveza

Ultrafina, porcelana de Heloisa Galvão combina delicadeza e resistência

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Formada em artes plásticas, a capixaba Heloisa Galvão começou a trabalhar com cerâmica logo que saiu da faculdade. Mas o que se vê hoje em seu ateliê na Vila Madalena é muito diferente de sua produção inicial. “Eu era mais convencional e muito preocupada com o acabamento das peças”, diz. “Agora, sim, olho e me reconheço no meu trabalho.”

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A mudança para uma produção realmente autoral foi fruto não só de autoconhecimento, mas também de muita pesquisa. Heloisa passou uma temporada se aperfeiçoando no estúdio de cerâmica da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e, não satisfeita, partiu para um mestrado em poética visual na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. 

Agora, as delicadas peças, incluindo vasos, pratos, bowls e copos (foto acima), têm bordas e formato irregulares, resultado do processo artesanal de produção. “O cuidado com a finalização da peça, o rigor com acabamento continuam, mas de outra forma”, conta. Heloisa enche moldes de gesso com a massa líquida da porcelana, já pigmentada. Essa massa é vertida e o excesso escorre até a peça ser retirada do molde. Depois das queimas, ela guarda as imperfeições desse roteiro, como as gotas que escorreram. “A peça final conta um pouco da sua história.”

Esmaltados, os utilitários podem ser usados sem medo, garante Heloisa, apesar de ultrafinos e leves. “A porcelana permite que eu crie peças com espessuras finas, mas resistentes. Trabalho no limite do material.”

A fotografia, outra paixão da artista plástica, também aparece nas peças da Série Líquida. As fotos que ela mesma fez são transformadas em tela serigráfica e impressas nos objetos de porcelana. “A fotografia e a cerâmica têm algo em comum: as duas capturam o momento”, diz Heloisa. 

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