Novos revestimentos cerâmicos trazem leveza e frescor

Feira Expo Revestir, realizada em São Paulo, aposta na suavidade em lançamentos que destacam formatos e temáticas nacionais

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Por Marcelo Lima
Atualização:
Composição com diferentes estampas e peças off white da linha Resort, de porcelanato hexagonal, da Portobello Foto: Divulgação

A elegância que parece emanar dos revestimentos dos antigos edifícios devidamente recriados para sugerir o mais casual dos desgastes. Ou, caso prefiram, o mais natural dos envelhecimentos. Eis, em linhas gerais, uma síntese visual da casa, captada pelas lentes afiadas dos fabricantes presentes na edição 2015 da Expo Revestir: a principal feira do setor de revestimentos, metais e louças sanitárias do País, realizada na semana passada em São Paulo, reunindo 235 expositores do Brasil e do exterior. 

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Mais autoral do que nunca e cada vez mais avessa a cópias, pouco, ou quase nada, por lá remetia ao clima “heavy metal” de edições passadas. Tempos nos quais seus corredores exibiam uma profusão indistinta de rochas e metais – leves ou pesados; brilhantes ou foscos – reproduzidos, com menor ou maior fidelidade, sobre cerâmica ou porcelanato. Sem falar da madeira, explorada, exaustivamente, em todas as suas variedades e nuances.

Para quem busca, além de bons negócios, uma boa dose de atualização – e este ano a expectativa de visitantes ultrapassava os 5o mil –, a julgar pela amostra apresentada, o momento atual pede frescor e suavidade. Renovados por uma leveza ímpar, os revestimentos da safra 2015 até flertam com o contemporâneo. Mas se deixam seduzir abertamente pelo rústico e pelo abstrato. O mesmo acontecendo com as cores. 

Essas, aliás, nunca foram tão reduzidas em número. Nem tão pródigas em efeitos. Sobretudo quando aparecem empregadas em sutis sobreposições de cinza, azul e areia. Ou em parcerias mais explosivas, quase radicais, como as exploradas pela artista plástica Calu Fontes na sua série de ladrilhos hidráulicos produzidos pela Decortiles.

Um trabalho singular, que aponta para outra importante vertente explorada pelos designers: a valorização de formatos e temáticas genuinamente nacionais. Caso, além dos ladrilhos de Calu, da série Morada Brasileira, da Pointer, que contrapõe rendas a madeiras, e, principalmente, dos cobogós da Portobello.

Peças em que a superfície, visivelmente rústica, remete ao cimento – outra referência em alta –, mas também à arquitetura brasileira. Uma temática bastante explorada por fabricantes e designers, na forma de referências geométricas ou florais, inclusive em peças hexagonais. Um dos formatos mais revisitados pelos designers, sobretudo em coleções pensadas para permitir combinações customizadas. 

“Me agrada pensar objetos nos quais a funcionalidade possa ser abordada a partir de uma perspectiva mais expandida. Nesse projeto são apenas dois elementos em jogo – um losango e um pentágono –, que, a depender da composição, podem revestir de um simples painel a uma parede inteira. As possibilidades de utilização são praticamente ilimitadas”, diz a arquiteta e designer Fernanda Marques, que acaba de assinar a linha de revestimento Synapsis, apresentada pela Solarium. 

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Um produto de base cimentícia, visual retrô, mas aplicação contemporânea. “Em se tratando de construção, passado e futuro podem conviver harmoniosamente. O importante é não exagerar na dose”, brinca. 

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