Para ele, o ofício de colecionista começou cedo. Mais especificamente aos 12 anos, ao retornar do México com a bagagem cheia de objetos de arte popular. “Não só gosto de colecionar como recomendo que outros também o façam”, diz o americano Rodman Primack, desenhista industrial, consultor especializado e diretor executivo da mostra Design Miami. No cargo desde fevereiro, ele promete reforçar os laços entre o evento e o mundo das artes e interiores. Setores que conhece muito bem. “O arquiteto Peter Marino me fez ver que mesas e cadeiras eram mais que utilitários, mas itens colecionáveis”, afirmou nesta entrevista exclusiva ao Casa.
Qual o papel desempenhado hoje pela Design Miami na cena internacional?
No seu segmento – design colecionável deste e do século passado – sua contribuição é única. Existe também um forte componente cultural. Não é incomum encontrar aqui curadores de museus selecionando peças para seus acervos, da mesma forma que designers consagrados, como Hella Jongerius ou os Irmãos Campana, têm a oportunidade de apresentar suas coleções em tiragem limitada para os colecionadores e a imprensa.
Em seu 10º aniversário, a mostra veio cheia de novidades. Qual a estratégia por trás delas?
Sempre fomos um catalisador de novos projetos, desde nossa primeira edição, com a instalação Elastika, de Zaha Hadid. Queremos continuar sendo uma plataforma para os colecionadores, mas também um ponto de confluência para todo o público interessado em design. Nossa intenção é ampliar o raio de interesse do evento para além de seu aspecto comercial.
Quais os principais projetos nesse sentido?
O prêmio Design Visionary (design visionário), que este ano foi concedido a Peter Marino, vai apresentar personagens que, por suas ações, ampliaram a compreensão do design. Também demos início ao programa Curio, que é um convite a designers, instituições e pequenas galerias para integrarem nosso pavilhão, apresentando projetos de conteúdo interessante, mas que normalmente não seriam exibidos na feira.