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Projeto em SP reúne designers para troca de experiências

Em uma casa brutalista de Ruy Ohtake no Alto de Pinheiros, o RED Studios congrega profissionais do Brasil e do exterior

Por Marcelo Lima
Atualização:
Móveis desenhados por Humberto da Mata para a Design House, exposição anual realizada durante oSão Paulo Design Weekend Foto: Divulgação

Camilla D’Anunziata nasceu no Rio, onde estudou jornalismo e estilismo. Por mais de uma década atuou no mercado de moda, até que em 2011 resolveu se transferir para São Paulo. “Queria viver e trabalhar de outro modo. Experimentar e criar possibilidades para a experimentação. O projeto RED Studios nasceu assim”, conta.

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Desde sempre atraída pela ideia de manter uma residência criativa – um local onde talentos criativos pudessem viver por um tempo, compartilhando suas experiências –, a transferência para a capital paulista lhe pareceu a oportunidade ideal para finalmente colocar seus planos em prática. Faltava apenas encontrar a casa, propriamente dita.

“Passei um ano procurando a locação ideal. Queria uma casa que pudesse virar galeria em cinco minutos, que tivesse uma atmosfera inspiradora e, além de tudo isso, tivesse ainda ‘cara de casa’, pois pretendia morar lá. Missão impossível. Parecia que tal casa só existia na minha cabeça”, conta Camilla, que, depois de muito procurar, acabou deparando com um imóvel no Alto de Pinheiros, assinado por Ruy Ohtake. 

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“É engraçado morar em uma casa tão forte. As pessoas se chocam com a arquitetura brutalista até hoje. Ela é masculina, funcional, simples em suas formas. Mas tem alma e isso passa para todo mundo que a frequenta. Às vezes parece que ela foi construída para receber nosso projeto, sabe?”, comenta ela, que hoje hospeda – ou reúne – por lá artistas e designers de diferentes matizes.

A ideia é contar com um núcleo de residentes estrangeiros e um de brasileiros. Profissionais de outras áreas, como história, filosofia e até economia, também podem participar, desde que tenham seus perfis aprovados por ela. “Acredito em trocas, sobretudo em trocas multiculturais. Todo mundo tem potencial criativo e a residência é o canal que potencializa isso”, afirma a idealizadora do espaço.

O sueco Mattias Ståhlbom, por exemplo, um dos residentes da temporada de inverno 2015, é arquiteto, designer e mestre em artes plásticas. Suas fontes de inspiração e criatividade vêm do banal e do cotidiano e, durante sua residência no RED Studios, pretende olhar mais de perto para o dia a dia brasileiro, para nele identificar comportamentos, materiais e técnicas locais. 

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“No segmento de design, o RED Studios se propõe a ser um espaço exploratório de novas ideias, produtos e linguagens. Uma autêntica plataforma experimental”, pontua Camilla, que queria atuar na área de mobiliário desde quando resolveu abandonar o design de moda. Sobretudo como curadora de um espaço dirigido ao design de autor.

“Cheguei à conclusão de que antes de pensar em sucesso temos de desenhar objetos que sejam relevantes para a vida das pessoas. Afinal, para que precisamos de mais uma cadeira ou de mais um sofá? Quem vai comprar?”, desafia ela, que agregou 14 designers em torno da exposição projeto que pretende apresentar no próxima edição do Design Weekend, em São Paulo, de 12 a 16 de agosto.

O tema deste ano, Design for Life, levanta questões sobre design, mas igualmente sobre artesanato, biologia e comportamento e vai culminar com o desenvolvimento de uma peça exclusiva, assinada por cada um dos convidados. “A ideia é resgatar a essência da construção dos objetos. O propósito, a vida que existe dentro das coisas”, adianta sua inspirada curadora. A conferir.

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