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Reforma transforma apartamento em prédio de Artacho Jurado

Imóvel de 160 m² perdeu todas as paredes da área social

Por Natalia Mazzoni
Atualização:
Reforma integrou todo os ambientes do living social do apartamento Foto: Zeca Wittner/Estadão

No Edifício Parque das Hortênsias, uma das obras de Artacho Jurado em Higienópolis, um apartamento de 160 m² passou por uma transformação total. Os antigos moradores habitaram o lugar por muitos anos e mantiveram a planta, da segunda metade dos ano 50, em sua formatação original, com ambientes bastante segmentados, o que não agradou às novas proprietárias. Mas esse não era o único problema. “Foi uma questão de vislumbrar o potencial do apartamento em um dos prédios mais bonitos do bairro, com uma assinatura importante na arquitetura brasileira. Digo isso porque o estado de todos os cômodos era precário, os antigos moradores acumularam uma infinidade de coisas e isso deixou muita sujeira”, diz Dani Ferraz, arquiteta do Omnibus Arquitetura, coletivo responsável pela reforma que transformou o apartamento.

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A obra foi grande. Todas as paredes da área social foram derrubadas, abrindo espaço para o que viria a ser um living com ilha gourmet, sala de TV e escritório. “Incorporamos um dos quartos e o espaço de uma rouparia que ficava logo na entrada e funcionava como ligação entre a entrada social e a de serviço”, explica Guto Vicentainer, arquiteto do Omnibus.

Na área íntima, a reforma trouxe mudanças significativas, como o novo banheiro da suíte e o que atende o quarto dos dois filhos do casal, onde antes ficava a área de serviço. “Os antigos proprietários tinham construído um segundo banheiro, além do banheiro original da suíte, com piso suspenso, em parte do espaço do dormitório principal, mas não gostamos dessa ideia, porque o ambiente ficou sem ventilação”, explica Vicentainer. Na nova configuração, entre o espaço da cama e o banheiro há apenas uma parede feita com elementos vazados de concreto pintados de branco. “Descascamos a parede da cabeceira, deixando os tijolos originais da construção à mostra”, conta o arquiteto.

Mudanças estruturais concluídas, era chegada a hora de escolher os revestimentos. Para a cozinha, a escolha já havia sito feita antes mesmo da compra do imóvel. “As moradoras amam ladrilho hidráulico e faziam questão de ter na cozinha. O modelo que usamos teve desenho e cor personalizados, que vão bem com a cor da bancada central onde funciona a ilha gourmet”, diz Dani.

Mesmo tendo encontrado o apartamento em péssimas condições de conservação, o piso original de tacos foi salvo pelo carpete que os antigos moradores instalaram. “Felizmente, o tecido protegeu os tacos por muitos anos; o piso estava quase intacto”, explica Cris Cavalheiro, arquiteta que também participou do projeto.

Para trazer ainda mais personalidade ao espaço, o escritório propôs o uso de tubulação aparente para a parte elétrica, recurso que consideram prático e bonito. “Isso vem com o intuito de por si só já ser um elemento escultural, seu percurso flui pelas paredes formando desenhos exclusivos que, neste caso, se fundem com a marcenaria, criando um movimento”, diz Cris.

Os móveis, como as cadeiras que equipam a mesa de jantar acoplada à ilha e os sofás, vieram da antiga casa das moradoras. As estantes que circulam o living social foram desenhadas pelo escritório e acomodam uma infinidade de livros e discos. “Nós olhamos o resultado e é difícil acreditar que é o mesmo lugar onde entramos pela primeira vez. Definitivamente, temos a casa que queríamos”, diz Daya Lima, uma das proprietárias.

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