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Vista de tirar o fôlego

Apartamento em Ipanema passou por transformação e agora está todo voltado para o mar

Por Natalia Mazzoni
Atualização:

Em plena Avenida Vieira Souto, um dos mais cobiçados endereços do Rio, uma cobertura se espalha por cerca de 1.000 m² projetados para tirar proveito da vista do mar azul que entra pela janela. A reforma feita pelo escritório de arquitetura Intown, especializado em imóveis de alto padrão, derrubou quase todas as paredes da área social, só ficaram mesmo os pilares e vigas de sustentação. Tudo foi pensado para que cada ambiente do apartamento convidasse os moradores a passar alguns momentos do dia contemplando a paisagem de tirar o fôlego.

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O antigo morador do imóvel não usava a área do segundo andar. Mas os novos proprietários, um casal com dois filhos pequenos, queria aproveitar cada dia de sol ao ar livre. Então, o espaço aberto no topo do prédio em Ipanema ganhou em importância. Ainda mais com a nova piscina, vermelha. A inspiração para substituir a antiga veio da piscina projetada pelo paisagista Gilberto Elkis no terraço do Hotel Unique, em São Paulo. “É um dos pontos altos da cobertura e funciona como um elemento de decoração. Gostamos muito da mistura do cinza do piso de mármore travertino com o vermelho refletido pela água”, diz Alexandre Gedeon, um dos arquitetos responsáveis pelo projeto. 

Depois da reforma, a área externa, que soma 350 m², foi equipada com dois banheiros, espaço gourmet, sauna, playground e academia. O guarda-corpo baixo foi trocado por um mais alto, de vidro, para garantir a segurança das crianças.

A obra transformou também o primeiro pavimento do imóvel. Na planta original, os ambientes eram bem segmentados e o estar perdia espaço para uma pequena varanda, desnecessária depois da reforma do segundo pavimento. “Praticamente todas as paredes foram abaixo. A cozinha, por exemplo, pegava uma boa parte da sala e a área íntima só tinha uma suíte, os outros três quartos não contavam com banheiro. Era um apartamento clássico das construções de 30 anos atrás, quando o prédio foi erguido”, comenta Gedeon.

O living de 150 m² acomoda home theater, estar e sala de jantar. Um dos pilares, que por questões estruturais não pôde ser derrubado, foi incorporado à decoração e divide estar e home, sem separar completamente os ambientes. Para que a estrutura fosse mais bem aproveitada, foi revestida com painéis de madeira freijó e recebeu armários de laca cinza, que parecem flutuar na sala. “Outros dois volumes, dos elevadores, que abrem diretamente no apartamento, também foram incorporados ao projeto. Um deles serve de apoio para os aparelhos eletrônicos do home e o outro se insere na decoração graças ao revestimento de freijó, usado em toda a marcenaria da casa.” 

O grande sofá preto do home tem duas funções: como tem uma das partes móvel, se não está sendo usado para ver TV, pode ser reposicionado diante da janela e serve como mais um ponto de observação da paisagem.

Na sala de jantar, um móvel de madeira desenhado pelo escritório esconde a porta que leva às três novas suítes do apartamento, a principal, que já existia na planta original, fica do lado aposto. “Todos os quartos são voltados para a paisagem. As camas de madeira com apoio para computador na cabeceira foram posicionadas no meio do cômodo, para que a passagem fique completamente livre”, conta o arquiteto.

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Todos os móveis foram trazidos de Miami, de uma loja especializada em design italiano. “A decoração conta com peças especiais, como a poltrona Donna, do Gaetano Pesce, que fica em frente à janela do estar. Mas, sem dúvida, a protagonista da casa é a paisagem, o resto é apenas um complemento.” 

Piscina com pastilhas vermelhas projetadas pelo paisagista Gilberto Elkis para o Hotel Unique, em São Paulo Foto: Marcio Fernandes/Estadão

Longe do convencional

Em 2004, o paisagista Gilberto Elkis foi convidado pelo Hotel Unique, em São Paulo, para criar o que seria um de seus mais audaciosos projetos. A ideia era projetar uma piscina, com vista para a cidade, no terraço do prédio assinado pelo arquiteto Ruy Ohtake. Mas fazer algo convencional não estava nos planos do paisagista, que queria que a piscina, assim como o nome do hotel, fosse única. “Quando apresentei a ideia de usar pastilhas de vidro vermelhas, todos foram contra, desde o arquiteto até o cliente. Aos poucos consegui convencê-los e o resultado ficou magnífico”, afirma. Elkis acredita que a cor funcionou bem na piscina do hotel porque os hóspedes não correm o risco de enjoar, já que a frequentam por apenas alguns dias. “Ainda assim, acredito que cores mais ousadas também podem ser usadas em um projeto residencial. Já fiz uma piscina com fundo preto em uma casa nos Jardins e ficou incrível”, comenta. A do Hotel Unique foi eleita a “melhor piscina do mundo” em 2004 pela revista inglesa Wallpaper. 

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