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Ter um propósito aumenta a expectativa de vida, diz estudo

Quem tem uma razão para viver tem menos chances de morrer cedo do que quem se sente dispensável e inútil

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Por Redação
Atualização:
Não importa se o propósito é a família, a carreira, estudos ou filantropia Foto: Hey Marchetti/Creative Commons

Os benefícios de uma alimentação saudável e dos exercícios físicos no aumento da expectativa de vida são inequívocos e já foram temas de diversos estudos. O que os cientistas buscam, agora, são provas igualmente contundentes sobre o impacto das características psicológicas e dos traços de personalidade de cada um nesse cálculo. Uma das primeiras pesquisas consistentes sobre a relação entre a maneira de encarar a vida e a longevidade foi publicada na semana passada no prestigiosos The Lancet. Pesquisadores da Universidade de Princeton e da Universidade College de Londres chegaram à conclusão de que pessoas que têm um ou mais propósitos na vida – não importa se é a família, a carreira, estudos ou filantropia –, apresentam 30% menos chances de morrer do que as que se sentem inúteis e dispensáveis.  Participaram da pesquisa 9 mil homens e mulheres com idade média de 60 anos. Eles foram avaliados por psicólogos em relação ao seu bem-estar pessoal durante oito anos e meio. A avaliação identificava o quanto essas pessoas tinham de controle sobre si mesmas, se sentiam-se prestativas ou dispensáveis e se tinham um objetivo ou propósito claro para continuar vivendo. Os envolvidos foram divididos em quatro grupos, de acordo com o nível de bem-estar pessoal. Somente 9% das pessoas do grupo de “alto bem-estar pessoal” morreram no decorrer do estudo, ante 29% dos que pertenciam ao grupo de “baixo bem-estar pessoal”. Além da avaliação psicológica, os pesquisadores acompanharam de perto a saúde física e mental dos participantes a fim de entender o impacto do comportamento no organismo. Constataram que as pessoas com uma razão para viver apresentavam melhores índices metabólicos, tinham boa imunidade, desempenho cerebral e raramente sofriam de osteoporose mesmo sem ter hábitos diários plenamente saudáveis – muitas delas não faziam exercícios nem se alimentavam de forma totalmente saudável. O que as diferenciava das demais era o baixo nível de cortisol, o hormônio do stress. Altos índices de cortisol estão associados ao aumento dos processos inflamatórios e a inúmeros problemas cardiovasculares.

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