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A Moda e a Cidade: Eduardo Kobra

O grafiteiro brasileiro mais pop do momento fala de arte, moda e cultura, e revela onde encontra suas roupas favoritas na cidade

Por Helena Tarozzo
Atualização:
O grafiteiro Eduardo Kobra diante do seu mais novo trabalho em São Paulo, na rua Oscar Freire Foto: Helena Wolfenson

Se você gosta de arte de rua e costuma observar os desenhos por onde passa, já deve ter topado com algum trabalho de Eduardo Kobra. E isso não só em São Paulo. Nascido no Campo Limpo, bairro da Zona Sul da cidade, e criado nas ruas do mundo, o grafiteiro é atualmente um dos artistas brasileiros mais renomados quando o assunto versa sobre sprays e murais coloridos. Com passagens recentes por Paris, Nova York, Boras na Suécia e Lodz na Polônia, Kobra volta a São Paulo onde conclui mais um de seus trabalhos com motivos históricos, de seu projeto "Muro das Memórias". Dessa vez, na rua Oscar Freire, a convite da joalheria Frattina, para pintar na porta de sua loja nova uma imagem de São Paulo antiga.

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Com os dois pés na rua, sua moda não deveria ser outra que além do mais genuíno streetwear. Aqui, ele fala um pouco de como arte, moda e grafite dialogam, além alguns de seus lugares favoritos na cidade.

O que você acha do estilo das pessoas nas ruas em São Paulo? Você presta atenção nisso?

Sim, sempre fico de olho principalmente nas pessoas mais alternativas, com estilo mais voltado para a cultura hip hop, que é de onde venho e é como eu sou. Até me chama atenção estilos mais requintados, mas mais por curiosidade e menos por ser uma coisa que no fim vou querer usar. Sou desses que vai do mesmo jeito em qualquer lugar.

O que é a moda de rua para você?

Vejo como algo natural, que você se molda durante um tempo, mas não o tempo todo. Por que acho que os originais mesmo vêm das ruas, coisa que as lojas acabam adotando. Muitas tendências nascem, por exemplo, nas periferias,isso vai caindo no gosto das elites, e depois volta para as periferias. Mas é uma troca mesmo, é uma tendência olhar para o outro e se apropriar desse estilo. Acho que tanto a moda quanto a arte surgem em qualquer lugar.

Qual o melhor lugar para comprar roupas?

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Não sou muito bom de nomes de lojas e de marcas, mas sempre encontro o que preciso na Galeria Ouro Fino, como calças e camisetas. Na Vila Madalena também tem a King Cap, onde compro bonés.

 

E sapatos?

Compro muitos fora do Brasil, mas aqui gosto de ir à Galeria do Rock, onde tem vários modelos mais com essa pegada hip hop que faz meu estilo.

E seus chapéus, onde você acha?

Esse é de uma loja bem antiga que tem no Largo São Bento. E tem outra também no Baixo Augusta, de um senhor francês, que vende boinas.

Qual é o lugar mais legal para ver grafites na cidade?

Gosto muito dos novos que estão no Ibirapuera, onde tem obras da dupla OSGÊMEOS, do Daniel Melim, do Chanel Comptom e alguns outros artistas, me agrada essa ideia de unir a arte e a natureza. Na Vila Madalena tem uns ótimos também, de artistas estrangeiros como o Roa, que é belga. E também o túnel da Paulista, que tem trabalhos bacanas.

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Você tem uma galeria de arte favorita?

Gosto muito da Fortes Villaça, acho que eles estão com artistas de um nível muito alto, com obras que me agradam. Mas, para mim, a melhor galeria é a rua.

Qual é o próximo trabalho que fará com moda?

Ano que vem tem um trabalho legal que farei em Paris, em Montmartre. Será um mural do rosto da Coco Chanel, que será parte do meu projeto ”Muro das Memórias", que, assim como esse da Oscar Freire, retrata cenas históricas.

  

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