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Coleções autorreferentes e delicadeza marcam desfiles tradicionais em Paris

Linha fina: Saint Laurent, Chanel e Valentino chamaram a atenção nos últimos dias do mês fashion

Por Anna Rombino
Atualização:
Diferentemente das outras temporadas, a Chanel apresentou sua coleção em cenário minimalista Foto: AFP PHOTO / PATRICK KOVARIK

Saint Laurent à moda antiga 

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Foi com excitação que a seleta plateia tomou seus lugares na noite de segunda, 7, no Hôtel de Sénecterre, lugar que o estilista Hedi Slimane passou os últimos três anos restaurando para ser a nova casa da Saint Laurent Couture. Os rumores, que estão tomando cada vez mais força por suas coleções com tom de despedida (link da pre-fall em LA), são que o estilista estaria estaria deixando a direção criativa da grife. 

Rumores à parte, as passarelas tinham seu próprio show para ser mostrado - e calar a plateia.Em "La Collection de Paris", Slimane deixou de lado o seu estilo rock'n'roll grunge e reverenciou o legado da Yves Saint Laurent, apresentando uma coleção lotada de referencias ao criador da marca, com muitas cores, ombreiras, cintura marcada e uma overdose de peles e paetês. Nos pés, scarpins coloridos. A beleza foi composta de cabelo polido para trás e batom vermelho laqueado. 

Ao final da apresentação, Slimane não apareceu para agradecer o público, encerrando mais uma temporada com o suspense sobre sua continuação na marca.   

O anti-show da Chanel 

Nos últimos anos, Karl Lagerfeld fez de tudo no Grand Palais. De um iceberg cercado de água, passando por um protesto feminista das modelos e um supermercado que fez fashionistas do mundo todo se estapearem por um produto Maidemoiselle Chanel, chegando até um aeroporto fashionista, não parecia haver nada que não tinha sido feito. A não ser colocar um tapete branco com cadeiras douradas enfileiradas lado a lado, mais minimalista impossível. Com o tema "Front Row only" (apenas primeira fila), foi assim que Karl apresentou o desfile da coleção inverno 2016 da marca. 

Nesta temporada, a maison continua olhando para as tendências surgidas nas ruas para criar suas coleções. A prova disso é que camisetas lisas, moletons com recortes nas costas e botas de montaria foram colocados nas mesmas produções que vestidos amplos, conjuntinhos de tweed e (muitas) pérolas, no melhor estilo de vida Chanel. O destaque ficou com o chapéu usado pela criadora da grife, Coco Chanel, que apareceu de todas as cores e texturas possíveis. Também chamaram atenção as cores vibrantes dos looks, como pink e vermelho sangue, e os colares com cada vez mais volume. Afinal, para Karl na Chanel, mais é mais.   

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O balé adulto da Valentino

A sempre delicada Valentino apresentou sua coleção inspirada no universo das bailarinas, de forma moderna e poética. A dupla de estilistas Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli colocou os elementos clássicos das bailarinas em roupas modernas, que já são itens de desejo pelo mundo afora - nisso se incluem sapatilhas, saias de tule e vestidos e saias fluidas colocadas por cima de calças e blusas justinhas. 

Porém, a paleta de cores deu um ar adulto e nada caricato para a coleção. O desfile começou com peças azul-marinho, progrendindo para looks pretos (há todo um bloco de Cisne Negro na coleção, com direito ao tule saindo da barra de vestidos mídi e na gola das blusas, casacos pesados por cima de peças leves e sapatos boneca com meia). 

No bloco dos nudes, as criações ganharam toques mais divertido com estampas étnicas, muitos babados e sapatos de dança brilhantes usados com meia calça. Por fim, a marca italiana encerrou seu desfile com peças de noite, com brilhos que, em movimento, lembram a iluminação das estrelas, peças de veludo molhado em cores de jóia e muita transparência. 

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