O vestido branco e dourado, que na verdade é azul e preto, ainda se vê envolto em polêmicas. Desta vez, porém, trata-se de algo mais grave do que a questão da ilusão de ótica. Em reportagem investigativa publicada pelo jornal inglês 'The Observer', em maio de 2007, crianças foram flagradas trabalhando em fábricas contratadas pela grife Roman Originals, a criadora do vestido. A publicação encontrou dezenas de menores atuando em condições análogas à escravidão dentro de "sweatshops" - termo utilizado para designar ambientes de trabalho insalubres e inadequados -, no bairro de Haryana, em Nova Délhi, na Índia.
Uma dessas pequenas fábricas abastecia o mercado inglês com peças da Roman Originals, que é baseada em Birmingham e mesmo antes do vestido já era conhecida pelos consumidores do Reino Unido. Entre os depoimentos presentes na reportagem, está o de um menino que dá a entender que vive dentro da fábrica. "Eu quero trabalhar aqui. Eu tenho um lugar para dormir", disse a criança ao 'The Observer'."O trabalho é duro e minhas costas doem, mas estou aprendendo."
Na época, a empresa explicou que se tratava de um contrato terceirizado e que desconhecia os meios de produção da peça. "Ficamos horrorizados ao ver as imagens e imediatamente abrimos uma investigação para checar as práticas de nossos fornecedores", afirmou a empresa, que cancelou o contrato com a fábrica de Nova Délhi na sequencia. Resta esperar que a Roman Originals mantenha o controle sobre sua cadeia produtiva neste momento em que a grife está mais popular do que nunca.