Conhecida pelas roupas descoladas de inspiração étnica, usadas por famosas como Diane Kruger e Kate Moss, a estilista parisiense Isabel Marant se viu no centro de uma polêmica sobre apropriação cultural na moda: ela foi acusada por outra grife francesa, a Antik Batik, de copiar um tipo de bordado de sua coleção. Acontece que o desenho não foi inventado por nenhuma das duas e, sim, inspirado em peças artesanais da região de Santa Maria Tlahuitoltepec, do estado de Oaxaca, no México.
A confusão começou em junho, quando Isabel desfilou as peças polêmicas em Paris e colocou-as à venda pouco depois no e-commerce Net-A-Porter. Em seguida, a estilista foi processada pela Antik Batik e ganhou a causa argumentando que suas criações tinham como referência o artesanato mexicano - e não as roupas da concorrente.
Apesar da questão jurídica ter sido encerrada, as discussões sobre a propriedade da estampa voltaram à tona esta semana, quando sites de notícias mexicanos informam que a marca Antik Batik tem tentado patentear o bordado. Com isso, a empresa obrigaria, inclusive, a comunidade oaxaqueña a pagar os royalties correspondentes ao direito do uso do desenho.
Segundo o site 'Quien', o secretário de assuntos indígenas do México, Adelfo Regino Montes, informou que o governo de Oxaca entrará com uma ação contra a grife. A Antik Batik não se manifestou mais sobre o tema.