Moda praia e marcas masculinas se destacam no quinto dia de SPFW

Na quinta-feira, 29, evento trouxe beachwear, couro e toques de excentricidade

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Por Maria Rita Alonso e Giovana Romani
Atualização:
Água de Coco apostouna brasilidade em sua nova coleção Foto: AP

Biquínis, maiôs, peças leves e roupas esportivas, de um lado. Paletós, uniformes masculinos, brasões e um clima vintage, de outro. O quarto de dia desfiles da São Paulo Fashion Week foi dividido majoritariamente em dois momentos: a moda praia, que foi das microssungas aos maiôs bordados, e a masculina, que surgiu com um toque de excentricidade. Depois dos desfiles de Lenny Niemeyer e Adriana Degreas, no início da semana, ontem foi a vez das marcas Água de Coco, Salinas e Amir Slama apresentarem coleções.

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Amir, que fundou a Rosa Chá no início dos anos 90 (e a vendeu em 2006), passou oito anos longe da SPFW, criando uma marca homônima, com produção em pequena escala. “Resolvi voltar agora porque, em época de crise, é preciso investir”, diz o estilista. A coleção feminina misturou duas de suas musas, Brigitte Bardot e Carmem Miranda, em peças bordadas, maiôs recortados e trançados manuais. Na masculina, ele arriscou: buscou referências no universo das academias e no muay thai e convidou atletas musculosos adeptos do mahamudra (modalidade esportiva praticada ao ar livre)para desfilarem com sungas cavadas e tatuagens falsas.

A Salinas escolheu um caminho mais pop, colorido e jovem. As jaquetas bombers de nylon bem esportivas lembravam muito as usadas nos anos 80 (só faltaram a polaina e o walkman). O destaque são os maiôs inteiros e fechados, com decotes nas costas. Já a cearense Água de Coco fez um show exibido, cheio de dourados e bordados. Com a fauna e flora da floresta amazônica como referências, a estilista Liana Thomaz mostrou maiôs e biquínis supertrabalhados, com franjas, bordados e texturas. Altamente decorados e tropicais.

Especialista em moda festa, Helô Rocha também falou de Brasil. Foi das elfas (da última coleção) ao cangaço. Sua linha de vestidos lânguidos ganhou cores e recortes de couro inspirados no figurino de Luiz Gonzaga. O couro, aliás, apareceu em versão latina no desfile de Patrícia Viera. A estilista reciclou tecidos que já tinha para apresentar uma coleção cujo tema era Cuba. “Entrei no estoque e vi uma porção de sacos de couro parados. Pensei: ‘Gente, estou em Cuba, não tem sabonete, não tem nada, como me viro?’”, conta Patrícia, divertida.

Na coleção de Gloria Coelho, o ponto forte foi a modelagem com cortes assimétricos que deram origem à peças modulares. Por exemplo, as costuras dos paletós, jaquetas e casacos eram substituidas por zíperes. Um casaco poderia se transformar em uma jaqueta, colete ou bolero.

Moda masculina. Os representantes da moda masculina na SPFW apresentaram roupas para dois tipos de homem: o jetsetter e o moderno. Em sua estreia, Murilo Lomas apresentou polos de couro e calças curtas. Para o segundo time, João Pimenta pensou em desdobramentos de uniformes militares. Apresentou uma alfaiataria sem gênero – na plateia, homens e mulheres paqueraram as mesmas peças. 

O estilista viajou até a Paraíba para buscar um algodão que já nasce colorido, com um tom amarelado. “Comecei a coleção pensando na reciclagem, mas depois entendi que precisava falar mais”, conta. “Na crise, pode faltartudo, menos o sonho e a criatividade.”  

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