Oito destaques da semana de moda de Nova York

Temporada americana que começou na última quarta, 10, e se encerra na quinta, 18, teve até agora desfiles performáticos, peças oversized e Rihanna e Kanye West assinando coleções

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Por Anna Rombino
Atualização:
Desfile Alexander Wang outono/inverno 2016: Nas passarelas, roupas que transmistem atitude irônica e despojada. Foto: AP Photo/Diane Bondareff

1. A coleção de Rihanna Na sua estreia como estilista na marca Fenty X Puma, a cantora Rihanna não fez um espetáculo em torno de seu nome, mas levou para as passarelas uma linha que facilmente estaria em seu guarda roupa. "Se a família Addams fosse à academia, seria isso que eles usariam", declarou a cantora, após o desfile, para o site Vogue.com. Não poderia haver definição melhor. As irmãs modelos Gigi e Bella Hadid surgiram na passarela com um visual no melhor estilo "gótico suave", que incluía crucifixo no pescoço, vestido longo e batom preto. Já a top Lexi Boling, que abriu o desfile, apareceu de moletom oversized e botas brancas de couro até as coxas.No geral, trata-se de uma coleção de transparências, capuzes enormes e roupas íntimas. 

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2. O manifesto de Kanye West Kanye West gosta de causar. Nas coleções passadas da linha Yeezy, que assina para Adidas, o rapper já vinha gerando polêmica: as peças de sportwear ousadas, que lembram roupas de baixo, nem sempre agradam. Mesmo assim, a estética dos desfiles chama a atenção pela imagem impactante e pela escolha de modelos, que costuma fugir dos padrões tradicionais das passarelas. Neste ano, não foi diferente. Feito em conjunto com o lançamento do novo álbum do cantor, “The Life of Pablo”, o desfile da coleção de inverno 2017 (batizada de Yeezy Season 3) ocorreu de forma performática no Madison Square Garden e levantou uma bandeira contra o racismo com um casting de maioria negra. Em alguns momentos, os modelos levantaram o braço com símbolo do movimento Black Power.

3. As hashtags da Red Valentino  A irmã mais nova e popular da tradicional grife italiana veio com a missão de continuar atraindo os olhares do público por causa do boom que o filme Zoolander 2 (cujo protagonista, um modelo exibicionista, desfila pela Valentino) vem gerando em torno da grife. Na coleção outono/inverno 2016, os estilistas Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli se inspiraram nas redes sociais e transformaram hashtags populares em moda, colocando-as em peças de mood militar.   

4. Igreja e maconha em Alexander Wang O estilista americano escolheu a igreja Saint Bartholomew, na Park Avenue, para apresentar sua nova coleção. Nos limites do espaço sagrado, modelos desfilaram conjuntinhos estilo chanel de tweed adornados com argolas de metal; peças de veludo cotelê rosa com trama de listras largas e vestidos camisola com aplicações de folhas de maconha, em uma atitude irônica e debochada.

4.O musical de Kate Spade Assim como Kanye West, a marca americana fez uma apresentação, e não um desfile tradicional. Realizado na tradicional casa de eventos Rainbow Room, o show teve as modelos colocadas lado a lado em um circulo giratório, observadas pelo público acomodado em volta delas. Para a temporada, a diretora criativa Deborah Lloyd se inspirou no estilo de bailarinas e cantoras de jazz, misturando elementos clássicos da marca, como as padronagens florais e estampas retrô, com itens modernos, como as calças de cintura alta ajustadas ao corpo e a blusa vermelha com três mangas.

5. O sportwear oitentista da Lacoste  O estilista Felipe Oliveira Baptista continua olhando para o passado da Lacoste para criar o futuro da marca. Nesta coleção, por exemplo, o visual remete claramente às peças de neve dos anos 80. Os ponchos em PVC foram colocados na passarela com calças de moletom vibrantes, conjuntos monocromáticos com zíperes removíveis e ternos de estampas psicodélicas. A gola alta, tendência de sportswear que vem se consagrando nas ultimas temporadas, apareceu em malhas de tricô e também abertas, formando uma espécie de gola de vampiro. Os modelos de cabelos compridos ainda ganharam aquelas típicas faixas de toalha. Praticamente uma coleção saída de um vídeo de ginástica da Jane Fonda.

6. Victoria Beckham de volta aos anos 90 A designer britânica decidiu reestruturar a essência da sua marca, deixando os vestidos longos e fluidos de lado e dando vez à silhueta ampulheta, que marcou sua carreira como Spice Girl e o início de sua marca. Ela revisitou os anos 90 com tecidos xadrez, listras coloridas e maxitricôs, em peças abaixo do joelho e de gola alta. Para balancear a onda de sensualidade, a designer experimentou o volume com saias e vestidos bufantes começando a baixo da cintura.

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7. O crew de supermodels de DVF Alinhada com as novas tendências de consumo e com os desafios das marcas em atrair o consumidor para a loja, Diane von Fusterberg inovou nessa temporada em diversos aspectos. O primeiro deles é que grande parte das peças exibidas no show já está a venda - por exemplo, o vestido preto e branco usado pela top Gigi Hadid. Outra inovação feita pela designer foi na forma de apresentar a coleção. Os convidados que compareceram à loja da marca puderam ver as modelos interagindo entre si, como se estivessem se arrumando para uma festa, enquanto usavam as novas criações. Ao subir as escadas, os presentes encontravam as maiores modelos do mundo - além de Hadid, Karlie Kloss, Kendall Jenner, Jourdan Dunn e Irina Shayk -, dançando música disco enquanto eram aplaudidas por Diane.   

8. Clássicos reunidos em Jackie O. e Carolina Herrera  A estilista se inspirou em Jackie O. para criar sua coleção de outono 2016. Para transmitir o poder do guarda-roupa da mais estilosa primeira dama norte-americana, a designer mistura tons suaves como nude e verde água com cinza petróleo e berinjela, apostando sempre em bordados e texturas luxuosas. O mar, com suas formas sinuosas, também está presente na coleção, com elementos que resultam em um efeito muito chique, evocando nas passarelas uma tendência imortalizada pela fashionista: o ladylike.   

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