'Precisei me reinventar', diz Isabela Capeto

Após comprar a própria marca de volta de conglomerado, estilista volta à SPFW com coleção que reafirma pegada carioca e artesanal

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Por Giovana Romani
Atualização:
Estilista Isabela Capeto (dir.) durante desfile para a SPFW Foto: Divulgação

Foi um desfile atípico. Nada de celebridades, burburinho e sala escura. A luz natural entrava pelos janelões do escritório de piso de madeira do imóvel localizado em um prédio antigo na rua Líbero Badaró, no centro de São Paulo. Nesse clima "lá em casa" a estilista carioca Isabela Capeto apresentou a coleção que marca seu retorno ao calendário fashion nacional depois de quatro anos.

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Ao som de clássicos da música americana e da bossa nova, como You’re the Sunshine of My Life, de Stevie Wonder, e Tempo, de Caetano Veloso, as modelos surgiam por uma porta de ferro vestindo peças altamente artesanais, feitas com esmero e bordadas com conchas, contas, búzios e minipérolas. Havia ainda vestidos de cintura marcada, comprimentos mídi, rendas e estampas florais - românticas e carioquíssimas -, segundo a estilista, um presente para Iemanjá e o marco de um recomeço.

A palavra define bem o momento de Isabela: em 2008, ela vendeu sua marca para o conglomerado de moda InBrands (atualmente dona das grifes Alexandre Herchcovitch e Ellus, entre outras), mas a parceria desandou. Isabela acabou deixando a empresa e, dois anos atrás, conseguiu negociar a recompra de seu nome. Sobre o atual momento da grife e a volta à São Paulo Fashion Week, ela falou ao Estado.

Conseguir reaver a marca foi complicado?

Muito, mas valeu a pena. Há um mês, consegui pagar tudo o que eu devia (para a InBrands) e agora sou 100% dona dela. Até por isso decidi voltar para a São Paulo Fashion Week. Sempre adorei participar e mostrar meu trabalho na semana de moda.

Sua estrutura mudou muito?

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Eu tinha 70 funcionários e hoje tenho quatro, e um ateliê reduzido no Horto, no Rio. Tudo eu faço ou terceirizo. Trabalho de outra maneira. Fechei minha loja no Rio e as três de São Paulo. Agora ainda exporto, vendo em meu ateliê e mando peças para a casa das clientes. Tive que me reinventar.

Voltar a desfilar faz parte disso?

Sim. Optei uma apresentação para apenas 60 convidados em um formato pequeno, porque é o que eu estou podendo fazer agora. Não daria conta de uma coisa enorme e aprendi que não posso dar um passo maior que a perna. Nesse desfile, juntei todos os meus amigos: um cuidou do cenário, outro dos convites, outro da produção. Todo mundo faz de graça, se oferece. Isso me deixou tão feliz.

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