"Todo mundo tem sua beleza e é bonito do seu jeito"

Aos 63 anos, atriz fala sobre sua boa forma e sobre maturidade após causar frisson ao publicar foto em rede social

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Por Marília Marasciulo
Atualização:
Na semana passada, a atriz Bruna Lombardi, 63, postou esta foto no Facebook earrancou elogios dos internautas Foto: Reprodução

Na semana passada, a atriz Bruna Lombardi, 63 anos, causou frisson ao publicar uma foto em sua página do Facebook. De camisola, deitada em uma cama, arrancou elogios dos internautas, que não pouparam comentários sobre a excelente forma física da atriz. Na ativa desde 1967, quando começou a trabalhar como modelo, Bruna estrelou novelas, séries e filmes, como o recente ‘Amor em Sampa’, um musical escrito por ela e dirigido pelo marido, Carlos Alberto Riccelli. Ao Estado, falou sobre beleza, felicidade e maturidade na era da internet e das redes sociais. 

 

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O que você achou do frisson gerado pela foto que postou na rede social? 

 

Achei engraçado, foi muito surpreendente, não esperava de jeito nenhum. Era uma foto bem discreta. Mas acho que as pessoas são extraordinariamente carinhosas. No próprio Facebook eu recebo milhões de mensagens. Às vezes leio cem mil mensagens por semana, é uma loucura. As pessoas escrevem, participam, mandam esse carinho, essas coisas amorosas pela internet. E tinham me dito: não cria um Facebook, pois a internet é cheia de maldade. E para mim é o contrário, tem sido um local de trocas constantes e de uma energia muito boa.

 

O que é beleza para você?

 

Esse negócio de beleza é relativo. Sou uma pessoa que acha que todo mundo tem sua beleza e é bonito do seu jeito, e faço questão de falar muito sobre a diversidade. Eu acho que a gente tem que olhar para as características de cada pessoa e compreender todos os tipos de beleza. E não existe só um tipo. São tantas cores de pele, de cabelo, de olho, que todas são bonitas, cada uma do seu jeito. Acho que o que dá a beleza é o contraste e a diversidade. Eu sou só uma delas.

 

Ainda na sua página, você costuma publicar várias mensagens sobre felicidade e paz interior, a gente percebe que seu estilo de vida é bastante zen. Como você acha que isso contribui para que você se mantenha na ativa e tão em forma? 

 

É essencial, pois estamos vivendo em um mundo muito conturbado. A gente recebe muitas notícias por minuto que retratam muita violência, injustiças. As pessoas vivem com um espírito duro. Se a gente não contra balança e equilibra com alguma coisa interior, e não se cerca de bons valores, acaba em desequilíbrio. Ser do bem é a melhor blindagem.

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Olhando agora para a Bruna de 15 anos, quando você começou a trabalhar como modelo, tem alguma coisa que teria feito diferente?

 

Acho que não teria feito nada diferente, pois acredito que mesmo os nossos erros servem para nos alertar e nos fazer crescer. E a gente chega a um lugar exatamente porque eles aconteceram. Com o passar do tempo, aquilo que você achou que foi um erro se mostra um acerto. Compreender o fluxo ajuda muito a viver.

 

Recentemente na moda, houve um movimento chamado “ageless”, das pessoas “sem idade”, porque a geração que chegou aos 50 e 60 anos ganhou uma nova postura em relação à idade. Como você se sente em relação a isso, a idade pesa?

 

Quando eu fazia o 'Gente de Expressão', entrevistei a Meryl Streep e perguntei exatamente isso para ela, porque ela é uma mulher "ageless". E eu percebo que é muito fruto de tudo que move a pessoa e sobretudo de muita energia, da maneira como ela lida com a energia da vida. Acho que é o mesmo para mim e muitas mulheres. Todo mundo tem acesso a essa energia, basta querer fazer disso a sua verdade.

 

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Várias atrizes e modelos mais velhas, como Sharon Stone, Jane Fonda e Diane Keaton se mantêm muito bonitas e exercendo seu lado erótico em cena. Fale um pouco sobre esse movimento das mulheres mais maduras. 

 

Olha, não sei de nenhum movimento, mas sei que eu pelo menos enxergo o viver como um privilégio. O tempo revela coisas interessantíssimas e você vai ficando mais atento, inteligente, pleno e sábio. Então nada como incorporar aquilo que te faz bem e que também pode fazer bem a um monte de gente. O que para mim é um trabalho constante, através das redes sociais, é a compreensão de que eu posso compartilhar o que eu sei e sinto, e com isso fazer bem a milhões de pessoas. Isso é algo transformador.

Particularmente para você, o que a faz se sentir bonita e sexy? 

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O olhar do homem que me ama.

 

E em relação a modismos como assumir o cabelo branco, o que você acha?

Cada um tem que achar o seu perfil, não existe uma regra, isso que é bonito. Cada um precisa encontrar o seu interior e se sentir feliz com o que encontrar.

 

Tem algum cuidado específico com a beleza? 

Todo mundo tenta se melhorar sempre, tanto fisicamente como espiritualmente. Você quer se vestir legal, se sentir bacana e bonita, estar com o cabelo bom. Faz parte de um cuidado, que começa desde a alimentação. Eu não como carne, como muito grãos e procuro produtos sem agrotóxicos e orgânicos. Eles ainda são um pouco caros, mas acho que se tornariam mais baratos se as pessoas procurassem mais. E precisa de mais vigilância também, pois o Brasil ainda usa muito agrotóxico na produção de alimentos.

Você acha que mesmo com todos os avanços e liberdades que assumimos, de certa forma nos tornamos mais caretas?

Sempre acreditei que as pessoas têm que ser muito livres, de pensamento e atitude. Mas aquela frase maravilhosa de que "a sua liberdade termina onde começa a do outro" é reguladora de uma vida. A gente formou uma comunidade através de conteúdo de valores, pessoas que estão buscando um lugar para ser mais feliz. E acho que a liberdade faz parte da busca da felicidade, mas o uso que cada um faz dela é individual.

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Há um novo feminismo no ar, um movimento encampado por Beyoncé e mulheres fortes que colocam o papel da mulher sob uma nova perspectiva e buscam principalmente empoderá-las. Você sempre foi uma mulher atuante neste sentido, o que pensa desta nova onda?

Esse é um trabalho que venho fazendo há muitos anos, de empoderar e encorajar as mulheres. E os homens também, porque às vezes dividimos só entre homens e mulheres, mas há momentos em que os homens mesmo precisam de algum tipo de apoio. É essencial trabalhar com causas independentes, coisas simples que fazem diferenças enormes, buscar gerar gentileza e bondade.

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